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Exército chinês diz ter expulso navio dos EUA no mar do Sul da China

Foto Terry Straehley/Shutterstock.com
Foto Terry Straehley/Shutterstock.com

O exército chinês indicou hoje ter expulso um navio de guerra norte-americano que "entrou ilegalmente" nas águas de um arquipélago, controlado por Pequim, no mar do Sul da China.

O contratorpedeiro USS Milius "entrou ilegalmente" hoje "sem autorização das autoridades chinesas" nas águas das Paracels, indicou o porta-voz do teatro da operação sul do exército chinês Tian Junli, num breve comunicado.

"As forças navais e aéreas foram mobilizadas para seguir e vigiar este navio, bem como para lançar uma advertência e obrigar a sair da zona", sublinhou.

O porta-voz denunciou uma manobra norte-americana que "compromete a paz e a estabilidade no mar do Sul da China" e garantiu que o exército "mantém-se atento e tomará todas as medidas necessárias para salvaguardar com firmeza a soberania nacional" chinesa.

Este incidente ocorre num contexto de luta de influência entre Pequim e Washington nesta zona marítima e de forte rivalidade em vários outros dossiês: Taiwan, [rede social] TikTok, direitos da minoria uigur ou ainda comércio.

Contactadas pela agência de notícias France-Presse, as forças armadas norte-americanas para a zona Ásia-Pacífico não reagiram de imediato.

As Paracels, um arquipélago situado à igual distância das costas chinesas e vietnamitas, são disputadas por Pequim e Hanói. A marinha chinesa retomou o controlo do conjunto das ilhas em 1974, na sequência de um conflito naval.

A China afirma ter sido a primeira nação a descobrir e nomear as ilhas do mar do Sul da China, pelo qual transita atualmente grande parte do comércio entre a Ásia e o resto do mundo.

Desta forma, o Governo chinês reivindica uma grande parte das ilhas desta zona marítima. Mas outros países, como as Filipinas, o Vietname, a Malásia e o Brunei, também reivindicam a soberania em algunas destes locais.

Cada país controla várias ilhas e atóis, nomeadamente no arquipélago das Spratleys, mais a sul, onde os incidentes são muito mais frequentes do que nas Paracels.

Os Estados Unidos e por vezes alguns dos aliados ocidentais conduzem regularmente, no mar do Sul da China, operações denominadas "liberdade de navegação", enviando para a zona navios de guerra para contestar as pretensões chinesas.

Ao longo da última década, Pequim garantiu o controlo sobre alguns ilhéus e atóis desta região marítima, através de trabalhos de alargamento e da construção de instalações militares, visíveis em fotos de satélite divulgadas pelos meios de comunicação social ocidentais.