Madeira

Lesados do Banif dizem que estão há seis anos e meio com "uma mão cheia de nada"

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A Associação de Lesados do Banif vem, através de comunicado, destacar que se encontra há seis anos e meio à espera de “promessas sempre adiadas”, mas garante que os lesados ainda "não morreram e prometem fazer prova(s) de vida".

A Oitante (o "Banif mau" ou a gestora do património restante do Banif) anunciou, com orgulho, ter pago antecipadamente o empréstimo obrigacionista que contraiu no valor total de 746 milhões de euros. Fê-lo alienando património a 30% do seu valor real. Nada sobrou (mais uma vez) para solucionar (ou sequer ajudar a solucionar) os lesados do Banif, que esperam há seis anos e meio por promessas sempre adiadas. Mas os lesados do Banif ainda não morreram e prometem fazer prova(s) de vida.

A Associação recorda que, ao contrário do BES, o Banif estava maioritariamente intervencionado pelo Estado aquando da sua resolução. E foi nessa qualidade que “comerciais agressivos, a mando da administração, convenceram pequenos aforradores familiares a aplicarem as suas poupanças na compra de obrigações do Banco”. 

"mais rentáveis e tão seguro como a CGD". Era preciso capitalizar o Banco a todo o custo... nas vésperas da sua resolução. Ao contrário do BES, a responsabilidade do Estado no caso Banif é enorme... para não dizer total!

Mas apesar disso, em seis anos e meio, os lesados sublinham que "as soluções nunca passaram de promessas" e passado este tempo o que têm é uma "mão cheia de nada".

Duas resoluções aprovadas por unanimidade no âmbito da Assembleia da República defendem a procura urgente de uma solução para os lesados do Banif. Uma comissão independente de peritos junto da Ordem dos Advogados concluiu terem sido encontradas práticas fraudulentas nas relações comerciais do banco com os lesados do Banif. E foi anunciada uma comissão governamental para estudo da solução para os lesados do Banif que reuniu uma vez antes das eleições. 

E destacam ainda que sempre que há manifestações ou outras iniciativas públicas por parte dos lesados do Banif, e sempre que o primeiro-ministro, António Costa, é chamado a pronunciar-se nessas ocasiões, "tem sido constante a sua promessa de uma solução rápida e justa".

Seis anos e meio depois de a resolução e venda do "Banif bom" ter gerado lucros de mais de 1.000 milhões de euros ao Santander-Totta, de a Oitante ter pago indenizações a pelo menos meio milhar de ex-empregados do Banif e de agora a mesma Oitante ter liquidado antecipadamente os já referidos 746 milhões de euros de empréstimo obrigacionista, os lesados do Banif aguardam a promessa do Sr. Primeiro-Ministro de uma solução rápida e justa.