Madeira

"O sector da banana na Madeira tem sido utilizado como outro monopólio", diz o JPP

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"O sector da banana na Madeira tem sido utilizado como outro monopólio, desta feita da GESBA, para desviar os lucros do suor do trabalho do agricultor e esbanjar esses lucros e obras faraónicas, tais como os 2 milhões do museu da banana”, disse hoje Élvio Sousa na iniciativa com bananicultores, que decorreu, no Funchal.

No entender do líder parlamentar do JPP, "é importante dizer a Miguel Albuquerque que o preço da banana por quilo pago ao agricultor não aumenta desde 2008, ano da criação da GESBA”.

“Este governo PSD/CDS, que esbanja dinheiro público em nomeações e em viagens principescas, não distribuiu os lucros pelos agricultores”, referiu o deputado, dando como exemplo o ano de “2020, em que a GESBA teve quase 1 milhão de lucro mesmo com a redução na produção de banana de 2%”.

Élvio Sousa diz que esta situação merece reflexão.

Pergunta-se: esse lucro foi distribuído aos agricultores? Não, foi todo para entregar os lucros ao accionista (Governo Regional), infraestruturas, carros e demais mordomias que beneficiam todos menos os agricultores”. Élvio Sousa

O líder parlamentar do JPP exorta os agricultores a questionarem Miguel Albuquerque e Rui Barreto "sobre a miséria paga por quilo de banana, valores que, segundo o Tribunal de Contas, é de apenas 15 cêntimos de custo médio por cada quilo pago pela GESBA”. Situação que o JPP entende ser “uma vergonha, principalmente, se tivermos em consideração o  aumento generalizado dos preços, dos adubos e outros custos, e das promessas de 6 cêntimos de ajudas”.

Relembrou ainda quem “a partir de 1 de Maio, o Governo Regional vai retirar 9 cêntimos ao valor pago ao agricultor, por cada quilo de banana". "Ou seja, dá com uma mão, tira com a outra”, criticou.

Nós temos hoje em dia, alguns grupos de comunicação que pertencem a outros grupos monopolistas que lucram com o negócio do transporte da banana e com o suor do trabalho dos agricultores, a tentar abafar e descredibilizar a verdade”. Élvio Sousa 

Recordou também os dados da ABAMA relativamente ao preço da banana: "Se somarmos, para o exemplo da banana extra, os 60 cêntimos pagos pelas cooperativas aos 14 cêntimos de apoios, o agricultor recebia em 2006, 74 cêntimos por quilo. Em 2021, a mesma categoria de banana, recebe 26,8 cêntimos da GESBA e de apoios 39,2 cêntimos, o que dá 66 cêntimos por quilo”.

“Segundo os dados facultados pela ABAMA, em 2005, a banana extra paga ao produtor era de 0,60 euros/kg; banana de primeira 0,51 euros e banana de segunda 0,30 euros/kg. Em 2020, a GESBA para a extra 0,268 euros/kg; banana de primeira 0,178 euros/kg e  a de segunda 0,074 euros/kg, ou seja, a  GESBA do seu bolso paga quase nada ao agricultor. A GESBA para os agricultores não trás benefícios”, reforçou Élvio Sousa.

E concluiu: "no tempo das cooperativas a banana era mais bem paga”.