A Guerra País

Governo diz que sempre se precaveu sobre quem faz acolhimento de refugiados

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A ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, defendeu hoje que o Governo se precaveu sempre "sobre quem faz" o acolhimento dos refugiados, e referiu que, quando ainda tutelava a pasta das Migrações, não recebeu denúncias de associações ucranianas.

"O Governo, neste e noutros processos de acolhimento de refugiados, sempre teve em conta a necessidade de se precaver sobre quem faz esse acolhimento e sempre atuou recorrendo aos órgãos que o Estado português tem que acompanham estes assuntos, para garantir que o acolhimento era feito da melhor maneira", frisou Vieira da Silva no 'briefing' do Conselho de Ministros, que decorreu hoje no antigo Ministério do Mar, em Algés.

A ministra da Presidência referiu que essa atenção do Governo "era verdade noutros momentos de acolhimento de refugiados" e "é verdade" no que se refere atualmente ao acolhimento de refugiados ucranianos.

Questionado pelos jornalistas se, no anterior Governo, quando a ministra da Presidência ainda tutelava a pasta das Migrações, recebeu alguma denúncia de uma associação ucraniana no que se refere a acolhimento de refugiados por cidadãos russos, Mariana Vieira da Silva respondeu: "Denúncias no sentido que pergunta não, mas havendo notícias públicas houve naturalmente uma resposta do Governo como neste momento também existe".

A governante referiu que, "ainda antes do primeiro acolhimento" de refugiados ucranianos, "houve logo a preocupação de agir no sentido dos temas que agora estão em discussão pública".

"Houve notícias públicas antes da tomada de posse deste novo Governo [em 30 de março], desde logo na Rádio Renascença, houve trabalho em função dessas notícias e até resposta, na altura, face a essas notícias", destacou.

O semanário Expresso noticiou na sexta-feira que ucranianos foram recebidos na Câmara de Setúbal por russos simpatizantes do regime de Vladimir Putin, que fotocopiaram documentos dos refugiados da guerra iniciada em 24 de fevereiro com a invasão militar russa da Ucrânia.

Segundo o jornal, pelo menos 160 refugiados ucranianos já teriam sido recebidos pelo russo Igor Khashin, membro da Associação dos Emigrantes de Leste (Edintsvo) e antigo presidente da Casa da Rússia e do Conselho de Coordenação dos Compatriotas Russos, e pela mulher, Yulia Khashin, funcionária do município.

Ainda de acordo com o Expresso, a Edintsvo foi subsidiada desde 2005 até março passado pela Câmara de Setúbal, e Igor Kashin e Yulia Khashin terão também questionado os refugiados sobre os familiares que ficaram na Ucrânia.