Madeira

Produtores de cana-de-açúcar são “escravos” da autonomia, diz o JPP

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“É a conclusão que se tira, à semelhança daquilo que acontece também com os produtores de banana”, referiu Élvio Sousa, na actividade que o JPP fez com alguns produtores de cana-de-açúcar, na zona da Tabua, município da Ribeira Brava.

O líder parlamentar do JPP  frisa que, “após mais de 40 anos de Autonomia, os produtores de cana-de-açúcar, que cultivam um dos produtos mais relevantes da promoção da economia regional são, infelizmente, escravos do poder politico”. Élvio Sousa lembrou a importância da cana-de-açúcar- para a produção de rum, poncha, mel e bolo, produtos que caracterizam a própria Região.

O Presidente do Grupo Parlamentar destacou os “míseros 28 cêntimos pagos ao produtor por quilo de cana-de-açúcar, dos quais 17 cêntimos provêm da União Europeia e apenas 11 cêntimos do sector, valor manifestamente insuficiente para a valorizar o trabalho árduo da agricultura”.

Para além da reivindicação de um preço mais justo, que valorize, efetivamente, o seu trabalho árduo, os agricultores denunciam o pagamento tardio pois “muitos deles só veem o pagamento final 6 a 8 meses após terem entregue a cana nas industrias transformadoras”, referiu o deputado.

Por estes motivos, o JPP comprometeu-se a apresentar, ainda este mês na Assembleia Legislativa da Madeira, uma iniciativa legislativa no sentido de criar uma compensação financeira mais justa aos produtores de cana-de-açúcar ” sobretudo nesta fase de aumentos dos custos de produção, em especial o preço do adubo agrícola que passou a custar mais 5 a 6 euros em cada saco”, realçou.

“O preço por quilo tem de ser urgentemente revisto e este é o momento de fazer justiça compensando, verdadeiramente, os agricultores com as ajudas dos fundos europeus”, referiu.

Élvio Sousa recordou os jovens agricultores que se dedicam, em exclusivo a este setor mas que estão “desmotivados pois, com estes preços e em face dos custos de produção a aumentar, estão a trabalhar para aquecer”. Recordou ainda os últimos recenseamentos que mostraram uma “redução da população agrícola de mais de 3 mil e 800 pessoas e da redução de 15% na superfície agrícola, indicadores que comprovam a necessidade urgente de investimento sério neste setor”, concluiu