Que Marítimo é este?

Com a entrada em funções deste novo treinador, indubitavelmente que, o Marítimo melhorou, quer em termos de exibições e de resultados.

E ainda bem que melhorou, porque o Marítimo não sendo um GRANDE de Portugal, é um dos grandes das Ilhas e tem todo o dever e obrigação de ser um dos (relativamente) GRANDES do campeonato português.

Infelizmente, por razões que não vale a pena aqui pormenorizar, nos últimos anos não tem sido –e referimo-nos só ao valor e comportamento da sua equipa de futebol – dos melhores e em nada tem vindo a condizer com o nome e pergaminhos do clube.

- Bom, há quem pense que, para estar por dentro do futebol, é necessário ser jogador ou treinador, mas nem sempre é assim.

Quem – por exemplo – ao longo da sua vida escreveu crónicas sobre os jogos de futebol, desempenhou funções de OBSERVADOR DO TRABALHO DOS ÁRBITROS – mesmo que a nível regional se tratasse – tem obrigatoriamente o dever de conhecer o “futebol por dentro” ou seja, os comportamentos de jogadores, técnicos e árbitros, e pouco ou nada que rodeia o futebol lhe seja estranho.

Estranho, sim, deve-lhe parecer o facto de o “nosso” Marítimo obter melhores resultados e exibições “fora de casa” do que no seu estádio.

Facto que não é inédito, mas é certamente invulgar e de certo modo paradoxal.

Jogar em “casa” costuma ser uma vantagem para a maioria das equipas. Atuar perante os seus adeptos que, alguém costuma denominar o seu 12º jogador, é sinónimo de ter um apoio suplementar, nomeadamente no que diz respeito ao fervor que estes passam para dentro do terreno de jogo, o que dá aquele “empurrãozinho” que os seus os jogadores, muitas vezes, precisam para alcançarem os resultados positivos.

Com o Marítimo, curiosamente,o factor “casa” funciona ao contrário. Inibe os jogadores, retira-lhes discernimento, velocidade, acutilância e até, por vezes, leva-os a jogar pior do que a equipa visitante.

E mais curioso ainda é que isto acontece com equipas de igual ou menor valia.

Contra as chamadas equipas “grandes” a equipa bate-se bem e alcança, muitas vezes, resultados positivos.

Quando se trata de jogos frente a equipas de igual ou menor valia, lá temos um Marítimo desfigurado, jogando mal e averbando resultados negativos.

Afinal, que se passa contigo, Marítimo?

Achamos que é tempo de quem de direito analisar este” fenómeno”, pois perder ou empatar um jogo em “casa” com equipas de igual ou menor capacidade não é nada de anormal ou intrigante, mas não conseguir ganhar 2, 3 ou 4 jogos consecutivos já é motivo de apreensão, que merece uma reflexão, uma análise profunda para bem do clube e da sua massa associativa.

Será que, os jogadores encaram os jogos mais descontraidamente, a modos de “favas contadas” com demasiada autoconfiança, preferindo depois correr atrás do prejuízo quando as coisas dão para o torto, (como ultimamente têm dado) ou o plano tático terá de ser revisto?

Perder “cá dentro” os pontos que ganhamos “lá fora”, é uma situação anormal, displicente, inadmissível, que deve ser imediatamente revista.

Se o problema é tático tem de ser corrigido. Se é da maneira como os jogadores encaram os jogos em “casa”, eles próprios devem começar a pensar que as equipas que veem cá, trazem o mesmo pensamento e objetivo do que eles, quando vão às suas “casas”.

Ou seja, querer pontuar e se possível ganhar!

Vamos lá tentar dar ao Marítimo este ano uma classificação final que não envergonhe o

Clube e os seus sócios e adeptos, como tem acontecido, infelizmente, nos últimos anos.

Cremos que, começa já a haver um certo desanimo naqueles que sobem aos Barreiros e, sinceramente, de frustrações já estão as massas associativas e adeptas do Marítimo claramente saturadas.

Vamos Marítimo!

Juvenal Pereira