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Petrobras anuncia aumento de 18,8% no preço da gasolina no Brasil

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Foto REUTERS

A estatal petrolífera brasileira Petrobras anunciou hoje um aumento de 18,8% nos preços da gasolina, o que foi interpretado como uma consequência direta do impacto da invasão russa da Ucrânia no mercado internacional de petróleo.

A empresa explicou em comunicado que há dois meses não altera os preços dos combustíveis, que entre o final de 2021 e janeiro passado acumularam um aumento de quase 50% e pressionaram a inflação no país, que ronda os 10% por ano.

Segundo a Petrobras, a partir de sexta-feira a gasolina será vendida às distribuidoras a um preço médio de 3,86 reais o litro, mas o consumidor final pagará muito mais já que os impostos e o lucro dos postos ainda serão incluídos no preço cobrado dos consumidores.

Até hoje, um litro de gasolina ao consumidor no Brasil tem um preço médio próximo de 7 reais (1,2 euros), que o Governo brasileiro liderado pelo Presidente, Jair Bolsonaro, pretendia reduzir por meio de cortes de impostos que estão sendo discutidos no Congresso.

No caso do diesel, mais utilizado nos camiões e também com impacto previsível na inflação, a Petrobras informou que o reajuste de preço para as distribuidoras a partir de sexta-feira será de 24,9%.

Como consequência da escalada dos combustíveis e seu impacto sobre a inflação, que começou muito antes do início da guerra na Ucrânia, o Banco Central do Brasil promoveu um processo de elevação dos juros básicos, que chegaram a 10,75% ao ano, seu maior nível desde abril de 2017.

A incerteza global causada pela invasão russa da Ucrânia colocou o Brasil num momento de dúvida, pois embora a economia do país tenha crescido 4,5% em 2021, e compensado a queda de 3,9% que teve em 2020 devido à pandemia do novo coronavírus, as perspetivas para este ano não são favoráveis.

Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil crescerá apenas 0,3% em 2022, cálculo que é compartilhado por analistas de mercado, que, entre outros motivos, levam em conta a insegurança gerada pelas próximas eleições presidenciais.

Em outubro próximo, a população do Brasil vai às urnas e, até agora, todas as sondagens colocam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como favorito.

O ex-presidente defende um Estado mais presente nos processos económicos, em oposição ao modelo alegadamente liberal adotado pelo Governo de Jair Bolsonaro.