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Wall Street fecha em alta nítida na melhor sessão do ano

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A bolsa nova-iorquina encerrou hoje aquela que foi a sua melhor sessão do ano, alicerçada na queda brutal dos preços do petróleo e na lufada de esperança proveniente da abertura de um diálogo diplomático na crise russo-ucraniana.

Os resultados definitivos da sessão indicam que o índice seletivo Dow Jones Industrial Average valorizou 2,00%, para os 33.285,09 pontos, o tecnológico Nasdaq avançou 3,59%, pra as 13.255,55 unidades, e o alargado S&P500 progrediu 2,57%, para as 4.277,86.

A violenta queda das cotações do petróleo, que tinham superado os 130 dólares por barril, no caso do Brent, por causa da invasão russa da Ucrânia e das sanções subsequentes à Federação Russa, grande produtor petrolífero, "ajudou a animar um mercado abalado pelas inquietações ligadas à inflação e à incerteza sobre o ritmo das subidas das taxas por parte da Fed", realçaram os analistas da Schwab.

O barril Brent, do Mar do Norte, para entrega em maio, caiu 13,15%, para os 111,14 dólares, enquanto o West Texas Intermediate (WTI) norte-americano, para entrega em abril, cedeu 12,12%, para os 108,70 dólares.

O apetite pelo risco parece que regressou, assente em avanços relativos nas negociações entre a Ucrânia e a Federação Russa, duas semanas depois do início da invasão russa.

A Turquia recebe na quinta-feira os ministros russo e ucraniano dos Negócios Estrangeiros para o seu primeiro frente a frente desde o início da invasão russa da Ucrânia.

A Federação Russa constatou "progressos" nas negociações com a Ucrânia, declarou hoje a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova.

Por seu lado, o chefe de Estado ucraniano, Volodymyr Zelensky, admitiu que se poderiam "atingir compromissos".

Os compromissos são "a única forma de sair desta situação", acrescentou Zelensky.

"A queda do petróleo, mas também das matérias-primas e dos metais, deu uma esperança do mercado", comentou Peter Cardillo, analista-chefe da Spartan Capital.

Mas, relativizou, o recuo da cotação do petróleo é apenas "um fator temporário".

Na sua opinião, "mesmo que uma trégua seja anunciada em breve, provavelmente as sanções vão continuar a ser aplicadas à Federação Russa, provocando perturbações em termos de encaminhamento do gás para a Europa".

Apesar da forte recuperação de hoje, "a queda bolsista ainda não acabou nem a subida das cotações do petróleo", acrescentou Cardillo. "Não penso que as ações já tenham batido no fundo, pelo que é possível que se caia ainda mais depois das perdas de segunda-feira", avançou.

Na segunda-feira, o Dow Jones caiu para o seu mínimo em quase 12 meses.

Na quinta-feira, os investidores vão seguir os desenvolvimentos da reunião do Banco Central Europeu.

Na próxima semana, é a vez de a Reserva Federal (Fed) se reunir, depois de o seu presidente, Jerome Powell, já ter declarado que esta preparado para subir a taxa de juro de referência em 25 pontos-base (0,25%), apesar da guerra e as sanções económicas.

Antes, o governo de Joe Biden vai divulgar o relatório sobre a inflação em fevereiro.

Entre as empresas do dia, além das de viagens, que tiveram ganhos sólidos, como as transportadoras aéreas American Airlines (5,85%) e United Airlines (9,27%) e as empresas de cruzeiro Carnival ou Norwegian Cruise, que subiram mais de oito por cento, o destaque vai para a Bumble, um sítio de encontros, que subiu 41,90%.