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Wall Street fecha em baixa sessão agitada que coloca S&P500 em zona de correcção

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A bolsa nova-iorquina fechou hoje em baixa uma sessão agitada, que colocou o índice alargado S&P500, o mais representativo do mercado, em zona de correção, quando as tensões se acumulam na crise suscitada pela Federação Russa na Ucrânia.

Os resultados definitivos da sessão indicam que o seletivo Dow Jones Industrial Average recuou 1,38%, para os 33.131,76 pontos, na que é a sua quinta sessão consecutiva a desvalorizar.

O tecnológico Nasdaq perdeu 2,57%, para as 13.037,49 unidades, e o S&P500, ao cair 1,84%, para os 4.225,50 pontos, confirmou a sua entrada em correção, o que significa que está a evoluir com uma perda superior a 10% em relação ao seu máximo mais recente, estabelecido em janeiro.

"As ações acabaram em baixa, com o S&P500 a entrar em zona de correção pela primeira vez desde meados de 2020, enquanto os investidores se inquietam com os acontecimentos na Ucrânia", resumiram os analistas da Schwab.

A sessão tinha começado em alta, em busca de uma recuperação, mas os índices caíram para território negativo a meio do dia, à medida que se iam conhecendo novos desenvolvimentos no confito focado na Ucrânia.

A situação agravou-se neste país, depois da revelação de um ataque informático "massivo" que afetou sítios oficiais, como o Ministério dos Negócios Estrangeiros, e bancos.

Ao mesmo tempo, as foças armadas ucranianas anunciaram a morte de um soldado, em resultado de um bombardeamento dos separatistas pró russos, na linha da frente, no leste ucraniano.

Uma cimeira dos dirigentes da União Europeia foi convocada para quinta-feira, à noite, em Bruxelas, depois de Moscovo dizer que reconhecia a independência das regiões da Ucrânia controlada pelos separatistas.

O presidente dos EUA, Joe Biden, por outro lado, anunciou sanções contra a empresa encarregada de explorar o gasoduto Nord Stream 2, que liga a Federação Russa à Alemanha, uma medida nova para ripostar as manobras de Putin em torno da Ucrânia, depois das sanções anunciadas na terça-feira.

"As ações terão dificuldade em encontrar uma direção até que os mercados financeiros tenham uma resposta clara quanto a saber se a crise russo-ucraniana vai evoluir para uma solução diplomática ou uma guerra regional", comentou Edward Moya, analista-chefe da Oanda.

A baixa bolsista foi geral. Todos os setores, com exceção da energia, do S&P500 desvalorizaram.

Dada a falta de indicadores macroeconómicos no dia, os investidores mantiveram-se preocupados com as intenções do banco central dos EUA, que deve subir a taxa de juro de referência dentro de três semanas.

O rendimento das obrigações do Tesouro a dois anos, muito sensível à perspetiva de uma subida das taxas de curto prazo, aumentaram de 1,54% para 1,59%.

"Isto reflete as inquietações que uma subida das taxas possa conduzir a uma diminuição do crescimento económico", estimou Patrick O'Hare, da Briefing.com.