País

Quase metade dos desempregados em 2020 encontraram emprego em 2021

None
Foto Global Imagens

Quase metade (48,8%) do total de desempregados ao longo de 2020 encontraram emprego em 2021, tendo 31,3% continuado sem emprego e 19,9% transitado para a inatividade, segundo dados divulgados hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

"Do total de desempregados ao longo de 2020, 31,3% (109,6 mil) permaneceram nesse estado um ano após (em 2021), enquanto 48,8% (171,3 mil) transitaram para o emprego e 19,9% (69,9 mil) transitaram para a inatividade", apontam as estatísticas relativas aos fluxos entre estados do mercado de trabalho do INE.

Neste período, o fluxo líquido do emprego (total de entradas menos total de saídas) foi de sinal positivo e estimado em 128,6 mil pessoas, enquanto o do desemprego foi de sinal negativo e estimado em 12,1 mil pessoas.

"No caso do emprego, verifica-se que em 2012, 2013 e 2020 o fluxo líquido foi de sinal negativo", ou seja, as saídas do emprego para o desemprego ou para a inatividade foram superiores às entradas provenientes daqueles estados, refere o INE.

Segundo explica, "estes anos correspondem aos da crise financeira de 2012, cujo impacto máximo no desemprego em Portugal se sentiu em 2013, e ao primeiro ano da pandemia de covid-19 (2020)".

Em oposição, o fluxo líquido do desemprego foi de sinal positivo nestes períodos, tendo atingido o seu valor máximo em 2012 (147,5 mil pessoas).

De entre os desempregados de curta duração em 2020, 57,2% (133,8 mil) transitaram para o emprego no espaço de um ano (em 2021). No mesmo período, 32,1% (37,5 mil) dos que estavam desempregados há 12 e mais meses transitaram para o emprego.

Do total de pessoas que estavam empregadas em 2020, 93,5% (4,38 milhões) permaneceram nesse estado em 2021, enquanto 2,4% (110,4 mil) transitaram para o desemprego e 4,1% (193,2 mil) passaram para a inatividade.

De 2020 para 2021, a percentagem de pessoas que tinham um trabalho por conta própria e que transitaram para um trabalho por conta de outrem passou de 12,5% para 10,5% (69,4 mil), o que corresponde à variação anual mais acentuada da série iniciada em 2011.

No mesmo período, 35,6% (253,8 mil) dos trabalhadores por conta de outrem que tinham um contrato de trabalho com termo ou outro tipo de contrato transitaram para um contrato sem termo.

Do número de pessoas que, em 2020, tinham um emprego a tempo parcial, 27,6% (103,8 mil) passaram a trabalhar a tempo completo em 2021. No caso dos trabalhadores por conta de outrem, essa proporção foi 22,5%.

O INE nota que, "com exceção de 2013 (ano marcado pelo pico do desemprego) e do período de 2020 a 2021 (anos marcados pela pandemia covid-19), verifica-se um crescimento da proporção de pessoas que, estando empregadas, mudaram de emprego no espaço de um ano, tendo esta atingido o valor mais elevado em 2019 (10,8%)".

O instituto assinala ainda uma diminuição de 2,1 pontos percentuais na taxa de mudança de emprego de 2019 para 2020, o que representa mais do dobro da diferença observada entre 2012 e 2013 (menos 0,8 pontos percentuais).

Da análise do INE resulta ainda que, "em 2021, é 2,5 vezes mais provável uma pessoa desempregada passar a empregada no espaço de um ano do que no espaço de um trimestre".

Em 2020, esse valor era de 1,9, o mais baixo da série referente ao fluxo do desemprego para o emprego.

Os dados mostram ainda que, em 2012, 2013 e 2020, a permanência no emprego no espaço de um ano era metade da possibilidade de permanência nesse estado no espaço de um trimestre.

Numa análise em termos trimestrais, verifica-se que, do total de pessoas que estavam desempregadas no terceiro trimestre de 2021, mais de metade (52,8%: 168,2 mil) permaneceram nesse estado no quarto trimestre, enquanto 27,1% (86,5 mil) transitaram para o emprego e 20,1% (64,0 mil) para a inatividade.

No último trimestre do ano passado, aproximadamente um em cada três desempregados de curta duração (32,7%; 54,0 mil) e uma em cada seis pessoas que pertenciam à 'força de trabalho potencial' (17,4%; 31,2 mil) no terceiro trimestre de 2021 transitaram para o emprego.

No mesmo período, transitaram para um trabalho por conta de outrem 9,9% (72,9 mil) das pessoas que tinham um trabalho por conta própria no trimestre anterior. Por seu turno, 1,9% (77,7 mil) das pessoas que tinham um trabalho por conta de outrem transitaram para um trabalho por conta própria.

Segundo o INE, um em cada cinco trabalhadores por conta de outrem que no terceiro trimestre de 2021 tinham um contrato de trabalho com termo ou outro tipo de contrato passaram a ter um contrato sem termo no trimestre seguinte (20,3%; 143,2 mil).

Considerando o número de pessoas que permaneceram empregadas entre o terceiro e o quarto trimestres de 2021, 3,6% (168,4 mil) mudaram de emprego.