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Wall Street fecha em alta graças à Fed e a negociações entre Kiev e Moscovo

Foto: TIMOTHY A. CLARY / AFP
Foto: TIMOTHY A. CLARY / AFP

A bolsa nova-iorquina encerrou hoje em alta, graças ao tom considerado moderado do presidente do banco central dos EUA [Reserva Federal (Fed)] e o anúncio do retomar das negociações russo-ucranianas.

Os resultados definitivos da sessão indicam que o índice seletivo Dow Jones Idustrial Average ganhou 1,79%, para os 33.891,35 pontos, o alargado S&P500 progrediu 1,86%, para as 4.386,54 unidades, e o tecnológico Nasdaq avançou 1,62%, para as 13.752,01.

Os investidores foram sensíveis ao tom prudente do presidente da Fed, Jerome Powell, que falou hoje na comissão dos Serviços Financeiros da Câmara dos Representantes, considerou Jack Ablin, que dirige a estratégia de investimento na Cresset Capital.

Apesar de ter anunciado a subida da taxa de juro de referência, em um quarto de ponto percentual, na próxima reunião do seu comité de política monetária (FOMC, na sigla em Inglês), em 15 e 16 de março, Powell teve um discurso moderado, que deixa antecipar um endurecimento monetário inferior ao esperado até à invasão da Ucrânia.

"Vamos atuar de maneira prudente", declarou aos congressistas. "Queremos evitar acrescentar incertezas a um período já extraordinariamente difícil e incerto".

Os investidores também viram com agrado o anúncio de uma nova sessão de negociações, na quinta-feira, de cuja ordem de trabalhos consta um eventual cessar-fogo.

"Há uma perceção de um progresso entre a Rússia e a Ucrânia", comentou Jack Ablin, apesar de os combates continuarem, designadamente em Kharkiv, a segunda cidade ucraniana, no sétimo dia da invasão russa da Ucrânia.

O analista ilustrou a disposição dos investidores com a descida dos valores do setor da defesa e do armamento, com os títulos da Lockheed Martin a baixarem 1,45% e os da Raytheon 1,94%, depois das subidas acentuadas nas recentes sessões.

A acalmia também foi flagrante no mercado obrigacionista. O rendimento dos títulos da dívida pública dos EUA a 10 anos, passou assim de 1,90% para 1,69%, variação esta pouco habitual em um mercado onde estas alterações se medem com frequência em centésimas de pontos percentuais.

Para os analistas da Briefing.com, o facto de o mercado acionista ter subido, apesar de um novo 'acesso de febre' no mercado do petróleo "pode ser atribuído à convicção de a cotação do petróleo atingiu um pico".

De forma geral, a subida dos preços do petróleo aproveitou às empresas do setor, como Chevron (2,95%), Halliburton (+2,55%) ou Marathon Petroleum (+2,64%).

Outra explicação para a subida bolsista de hoje, para os analistas da Briefing.com, é de caráter técnico, devendo-se à acentuada baixa dos últimos dias.