Madeira

Voos no espaço aéreo da Ucrânia “retirados” da cobertura de risco

O secretário regional, Eduardo Jesus, lembra que o mercado de Leste, inclusive durante o período de pandemia, respondeu bem. O iminente conflito Ucrânia-Rússia está a criar constrangimentos

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O voo que fazia a ligação entre a Madeira e Kiev, da companhia aérea ucraniana SkyUp, aterrou ontem em Chisinau, Moldávia, porque a empresa irlandesa, proprietária do avião, anunciou a proibição de sobrevoar o espaço aéreo da Ucrânia.

Nos últimos dias, algumas das mais importantes seguradoras internacionais deixaram de cobrir as companhias aéreas que sobrevoam a Ucrânia, devido à ameaça de um ataque russo.

“De acordo com a exigência do proprietário do avião (...) o voo PQ0902 da rota Funchal-Borispol foi obrigado a aterrar em Chisinau”, referiu a companhia aérea num comunicado publicado na sua página da internet, acrescentando que “apesar de todos os esforços da companhia aérea e da disponibilidade das estruturas estatais ucranianas para apresentar uma solicitação ao arrendador, o proprietário do avião negou categoricamente, no momento em que o avião já se deslocava para Kiev”.

A companhia da Ucrânia ‘SkyUp Airlines’ fez a sua estreia no Aeroporto Internacional da Madeira – Cristiano Ronaldo, com voos directos de Kiev, duas vezes por semana, aos sábados e às terças-feiras, a 24 de Julho. A operação regular deverá decorrer até 30 de Outubro e será operada com aviões Boeing 737-800, com capacidade para 189 lugares.

“Esta situação que se passou com o voo da Ucrânia é uma situação que fica na dependência da evolução da ameaça de conflito naquela zona. O que se passa é que as companhias de seguros, que fazem a cobertura às aeronaves que viajam por todo o Mundo, face à iminência dessa ameaça, entenderam retirar da cobertura de risco os voos no espaço aéreo da Ucrânia. Isso naturalmente leva a que os proprietários das aeronaves decidam não voar sobre aquele território ou aterrar naquele território”, explicou ao DIÁRIO o secretário regional de Turismo e Cultura.

Para Eduardo Jesus, o voo já tinha partido do aeroporto da Madeira quando o proprietário informou que não queria que aquela aeronave voasse sobre a Ucrânia e, “irremediavelmente”, teve de encontrar um aeroporto nas imediações onde pudesse aterrar. “É uma situação que se vai manter na incerteza em função da ameaça ou não do conflito que ali se anda a alimentar”, reiterou.

Apesar de destacar a importância desta ligação para a Região, e que vai ao encontro da diversificação pretendida para o mercado turístico regional, o governante apontou que não podemos fazer outra coisa que não seja “aguardar que a calma volte, que serenem as posições e que não haja o risco que é entendido hoje em dia pelas companhias aéreas e, nomeadamente, pelas companhias seguradoras que possam pôr em causa esta ligação”.

O secretário regional fez questão de lembrar que o mercado de Leste, inclusive durante o período de pandemia, respondeu bem e que é intenção que assim continue. “É importante que a ameaça de conflito não se concretize, primeiro porque isso será nocivo para a população de toda aquela região, e que se possa desenvolver toda a actividade económica que inclui também a presença turística daquele país na Madeira”, concluiu.