Dois milhões de pessoas que vivem perto da linha da frente no leste da Ucrânia correm o risco de serem deslocadas se os combates com a Rússia recomeçarem, alertou hoje o Conselho norueguês para os Refugiados.

"As vidas e a segurança de milhões de pessoas no leste da Ucrânia estão em jogo enquanto aguardamos um avanço político para quebrar este impasse", disse o secretário-geral da Organização Não Governamental (ONG), Jan Egeland, em comunicado.

"Não devemos subestimar o sofrimento humano que um conflito renovado causaria: aumentaria o número de vítimas civis e de necessidades humanitárias e provocaria deslocamentos em massa", observou.

Os ocidentais acusam a Rússia desde o final de 2021 de ter reunido dezenas de milhares de soldados na fronteira ucraniana para uma operação militar contra Kiev, o que Moscovo nega.

O leste da Ucrânia já é afetado desde 2014 por uma guerra entre Kiev e os separatistas pró-Rússia, um conflito que eclodiu após a anexação da Crimeia ucraniana por Moscovo.

De acordo com o Conselho Norueguês para Refugiados, mais de 850.000 pessoas já foram deslocadas na Ucrânia por causa dos combates.

Um novo conflito poderia, segundo a ONG, reduzir a nada "o progresso significativo" dos últimos anos na situação das populações do leste da Ucrânia.

O número de pessoas dependentes de ajuda humanitária aumentou de cinco milhões em 2015 para três milhões hoje, segundo o Conselho Norueguês para Refugiados.