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Rússia inicia manobras militares navais no Mar Negro

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Foto AFP

A frota do Mar Negro da Marinha russa iniciou hoje exercícios navais táticos nestas águas, nos quais também vão participar navios das frotas dos Mares do Norte e do Báltico, em plena escalada de tensão na crise ucraniana.

De acordo com um comunicado, citado pela agência Interfax, as Forças Armadas russas informaram que se trata de "manobras planificadas" de trabalho em conjunto dos grupos navais mistos na região do Mar Negro, no âmbito dos maiores exercícios navios russos desde o desaparecimento da União Soviética.

O comandante-chefe da Armada russa, Nikolai Yevménov, tinha dito, na semana passada, que estas manobras - nas quais participarão mais de 140 navios e quase 10.000 soldados - terão lugar tanto em águas territoriais como internacionais, desde o Mediterrâneo, incluindo os Mares do Norte e do Báltico, até ao Oceano Pacífico e a parte nordeste do Atlântico.

O início das manobras no Mar Negro coincide com o início dos exercícios militares conjuntos da Rússia e da Bielorrússia, que se realizam em território bielorrusso, e com o envio de mais de 100.000 soldados para territórios russos próximos das fronteiras com a Ucrânia.

Kiev já reagiu a estas manobras navais, expressando o seu "firme protesto" contra a decisão de Moscovo de, a seu pretexto, bloquear algumas áreas dos Mares Negro e de Azov, bem como o estreito de Kerch.

"A superfície ocupada por essas manobras, sem precedentes na sua magnitude, praticamente inviabiliza a navegação nos dois mares", disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, num comunicado.

Para Kiev, estas manobras, "de dimensão considerável e sem nenhuma justificação", dificultam o transporte internacional, especialmente de teor comercial, "o que pode acarretar sérias consequências económicas e sociais".

"Este tipo de ação agressiva da Rússia, como parte da sua guerra contra a Ucrânia, é inadmissível", concluiu a diplomacia ucraniana.

Embora Kiev e o Ocidente tenham condenado as ações russas, que denunciam como preparativos para uma potencial invasão russa da vizinha Ucrânia, Moscovo continua a defender o seu direito soberano de colocar e mover as forças militares dentro do seu próprio território.

O porta-voz do Kremlin (Presidência russa), Dmitri Peskov, respondeu às denúncias ucranianas, dizendo que todas as "manobras e movimentos de navios russos nas águas do Mar Negro estão a ser realizadas em estrita conformidade com a lei marítima".

Peskov rejeitou ainda as acusações de que os navios de guerra russos estejam a bloquear rotas marítimas.