Madeira

A "incerteza vai condicionar o consumo" e as empresas procuram diversificar mercados

Preços das matérias-primas vão obrigar a rever orçamentos

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Este ‘Encontro Fora da Caixa’, que decorre no Teatro Municipal Baltazar Dias, procura agora saber “Para onde caminha a Economia Nacional”, com as intervenções de Bruno Freitas, administrador do Grupo Savoy, Christopher Blandy, CEO do Grupo Blandy, Francisco Taboada, presidente da Empresa de Electricidade da Madeira e Francisco Cary, administrador Executivo da Caixa Geral de Depósitos, num debate moderado por Rosália Amorim, directora do Diário de Notícias.

Bruno Freitas, do Grupo Savoy, explicou que "a incerteza condiciona o consumo". Na área do turismo e da hotelaria é natural que os consumidores assumam alguma retração, mas o preço praticado vai se manter, também por forma a "dignificar" o sector. Sobre o orçamento para 2023, não descarta uma retificação no final do primeiro semestre, porque há claramente uma indefinição nos preços praticados ao nível das matérias-primas.

Christopher Blandy, CEO do Grupo Blandy, destacou o "grande esforço financeiro" para assegurar os stocks, apontando que em vários segmentos de produtos há dificuldades para obter os materiais para a produção. No negócio do Vinho Madeira, onde se alteraram as regras de rotulagem, na Europa, o aumento dos impostos vai se refletir no consumidor final.

Francisco Taboada, presidente da Empresa de Electricidade da Madeira, falou dos 70 milhões nos sobrecustos da energia assumidos pela Região, para que os aumentos não se reflitam de igual forma nos consumidores. No próximo ano "não vai ser um paraíso", mas é objectivo manter a melhor gestão dos consumos energéticos. Gerir com cautela, mas ainda sem racionamento.

A crise decorrente da guerra apanhou "as empresas mais bem preparadas do que quando começou a crise anterior, nomeadamente com maiores reservas de liquidez e empresas já viradas para a transição energética", disse, por sua vez, Francisco Cary, administrador Executivo da Caixa Geral de Depósitos. Efectivamente do ponto de vista do comportamento das empresas "não sentimos até ao Verão uma degradação" das suas capacidades de investimento.