Árvores com má fama

Lá estão as palavras que o meu pai e os meus tios usavam dizer, há mais de setenta anos e que eu hoje ainda me lembro, ora esta palavra servia a tudo o que não servia de exemplo, não tinha utilidade e sobretudo não prestava, mas talvez eles tinham razão por um lado. Nesse caso eles referiam-se a algumas árvores que não tinham na altura qualquer utilidade, e só prejudicavam a nossa saúde.

Acontece que nessa época, nós crianças sofríamos de bronquite e asma, derivado aos tempos frios, muita chuva, muito vento, e nós andávamos sempre descalços, mas já estávamos habituados, mas havia algumas arvores que nos evitava-mos estar perto delas, especialmente, a sumaúma por causa do pó que lançavam não podíamos estar perto delas, para os asmáticos era um autêntico veneno.

Os mais antigos diziam que estas árvores tinham má fama, porque a sua madeira não prestava, não faziam qualquer sombra e não produziam qualquer humidade, era por isso que eles se referiam ás árvores assim, e se estavam certos ou errados era desculpar, pois nesses tempos eles não tinham muita formação, só tinham experiência do dia a dia.

Eu não quero com isto provocar qualquer constrangimento, em relação a estas árvores, pois também vivi com elas a vida inteira e não me provocaram qualquer doença, isto era o que se pensava e dizia na altura, mas como todos nós as árvores também morrem, mas tudo se renova, eu vejo por ai árvores já mortas mas de pé que de verde já não tem nada, só tem espetos.

Deveriam ser substituídas por outras, eu gostei de ver a renovação das árvores na rua do Bom Jesus, era isso que se deveria fazer em muitos lados, e está na altura.

Não devemos ser críticos e radicais em relação a tudo, penalizam por cortar e penalizam por não cortar.

Devemos respeitar as decisões dos governantes, eles sabem o que fazer e todos devem dar as mãos para a solução deste bem que é de todos.

E antes que me esqueça, há cerca de trinta anos fui ao Monte e e levei um familiar bem idoso que ia pagar uma promessa, acontece que na subida do largo da fonte para a igreja, tropecei numas raízes de arvores que estão fora da terra.

Ora o velhote disse-me que essas raízes estão à vista porque neste barranco não existe fundura de terra suficiente para a árvore mergulhar, as suas raízes estão agarradas à rocha porque debaixo delas é só rochedo, a terra é pouca, agora é perigoso para estar ali árvores com aquela altura e fiquemos por aqui.

Juvenal Fernandes Silva