Chega o momento em que temos de mudar

Como podemos depositar confiança no futuro conduzidos por quem construiu no passado o modelo que deu azo à catástrofe do presente? Ao longo de 47 anos de «democracia» aceitamos de maneira ingénua a destruição progressiva da nossa economia. Acham que este tipo de políticos merecem continuar sempre à frente duma governação que deixou o país e a região na mendicidade? Constantes medidas erradas conduziram o país à ruina que nos assola. Pagaram para abater a frota pesqueira, agora houve-se dizer que urge a necessidade da sua renovação. Construímos um modelo de educação que fez com que os quadros de maior relevância tiveram de abandonar o país para poderem sobreviver, sobrepondo a partidocracia à meritocracia. Apostou-se num modelo de (justiça) que transformou o nosso país no mais corrupto da UE e um dos piores do mundo. Condena-se por chamar bandido ao bandido, e os criminosos e os corruptos ficam ilibados do crime. Um sistema de saúde onde se não fossem os hospitais construídos antes do 25 de Abril, não sei se estaríamos vivos agora. Com mais de um milhão e meio de consultas adiadas e mais a 150 mil cirurgias em espera, parece que nada acontece, enquanto as estatísticas se focam apenas nos números da pandemia. Na defesa nacional as situações de imigração ilegal é suportada por apoios governamentais, enquanto existem portugueses que trabalharam toda uma vida a sobreviverem com pensões de miséria, mais de 2 milhões de portugueses a sobreviverem no limiar da pobreza. Chefias e deputados a receberem vencimentos que envergonham profissionais de primeira linha; médicos, enfermeiros, professores, agentes da autoridade (polícias), bombeiros, enfim! Numa sociedade onde se retarda cada vez mais a formação dos jovens para o trabalho, considerando que são muto jovens para trabalhar, mas que aos 50 são muito novos para se reformarem ou muito velhos para conseguirem um novo emprego caso estejam na situação de desempregados. Num país da subsidiodependência suporta uma economia sustentada por serviços onde a produtividade básica foi relegada para segundo plano, que espera agora este povo depois desta prova de fogo à nossa economia estagnada à mais dum ano, com um défice que ultrapassa todos os recordes, atinge os 275 MIL MILHÕES de € e uma dívida pública que ultrapassa os 131%. Vivemos de mão estendida tal qual mendigo perante as sucessivas e desastrosas governações. Pensar que 60% do fruto do nosso trabalho é-nos surripiado direta ou indiretamente pelo estado castrador. Mas este povo tolerante e indiferente que não acredita neste regime, pois mais de 60% não vota, sustenta a sua própria miséria com a sua ignorância, mas acha que serão estes mesmo que com novas promessa continuarão a tentar resolver esta dramática situação. É tão criminoso quem rouba ao povo, como o que coloca a governar os cúmplices e promotores desse crime. Precisamos de um povo com a coragem e a determinação em mudar o rumo a esta defunta democracia. Ressuscitar a democracia, restaurar a liberdade, repor a equidade na justiça, restituir os valores básicos da sociedade. Alguém um dia falou em mudança intitulando-a de revolução tranquila. Que maior tranquilidade seria a mudança desta democracia se o povo mudasse de atitude na hora de eleger os seus futuros governantes, pois não será com a abstenção que porá fim a esta pouca vergonha em que se converteu a corrupção. O reivindicar de todas estas situações não nos torna de extremistas muito menos de reacionários, apenas decididos a reivindicar o que de direito numa verdadeira sociedade democrática. Chega o dia em que temos de mudar para uma nova forma de fazer política, pois será com uma mudança de atitude que precisamos para que tudo mude, vamos deixar de lado o (conforto) e o comodismo pois temos de ser determinados e decididos; Pois Portugal que justiça.

A. J. Ferreira