Madeira

Porto Santo vai recuperar precariamente helicóptero de busca e salvamento

Informação é avançada na edição de hoje do semanário Expresso

A entrega do EH-101, em 2006. Foto Arquivo
A entrega do EH-101, em 2006. Foto Arquivo

O arquipélago da Madeira deve recuperar, nos próximos dias, a capacidade de busca e salvamento através de helicóptero, com o regresso ao Porto Santo de um EH-101 da Força Aérea Portuguesa. A informação é avançada, na edição de hoje, do semanário Expresso.

No dia 17 de Abril, o DIÁRIO revelou que o Porto Santo perdera a aeronave, com que contava desde 2006, havia praticamente um mês e que a Força Aérea não revelava a data do regresso. Na altura, apenas era dito que “motivos operacionais obrigaram a movimentar, temporariamente, o EH-101 Merlin que se encontrava destacado em Porto Santo”.

Sabe-se, agora, que os motivos operacionais evocados são falta de peças para manutenção das aeronaves e de pessoal, situação que abrange outros meios aéreos.

O Expresso socorre-se de declarações de altos responsáveis militares, durante esta semana, na Assembleia da República, entre eles o chefe de Estado-Maior da Força Aérea, general Joaquim Borrego, que admitiu aos deputados ser “preocupante a prontidão dos meios aéreos”.

O semanário diz haver faltas graves de pessoal e de operacionalidade em esquadras essenciais, como na frota de 12 helicópteros EH-101, responsáveis pela busca e salvamento em todo o território marítimo, que teve 30% de taxa de operacionalidade no ano passado.

O Expresso usa exactamente o caso da Madeira para ilustrar a gravidade da situação. “Os problemas de prontidão são de tal ordem que, ao contrário do que está definido no dispositivo, a Madeira não tem qualquer helicóptero EH-101 desde Março, embora esteja previsto que esta semana uma aeronave regresse a Porto Santo, sabe o Expresso. Esta será, no entanto, uma decisão precária, devido aos problemas crónicos com a manutenção destes aparelhos – sempre sujeitos a avarias inopinadas.”

O semanário revela, também, que, nos meses mais recentes, a esquadra de EH-101 teve só quatro aparelhos operacionais, dois nos Açores e dois no continente.

Aliás, quando, em Abril, a Força Aérea prestou esclarecimentos ao DIÁRIO, disse que, sem o EH-101 no Porto Santo, em caso de necessidade, seriam usados os meios daqueles centros operacionais. “Quanto às missões de Busca e Salvamento e resgate de doentes em navios serão asseguradas pelos EH-101 Merlin que se encontram em alerta permanente quer nos Açores, quer no Montijo.”

Ainda ao Expresso, o antigo CEMGFA, general Luís Araújo, refere-se à situação na Força Aérea como “uma vergonha” e sobre o arquipélago da Madeira, o que se passa não permite, seguramente, descanso a quem comanda as forças. “‘De certeza que o CEMFA não dorme descansado por não ter nenhum helicóptero no Porto Santo. Se acontece alguma coisa, tem de ir daqui um a correr e quando lá chegar ser tarde’, avisa. E demora pelo menos três horas, o que pode ser uma eternidade para quem estiver em aflições no mar.”