Coronavírus Madeira

“Manifestações desportivas” no continente terão prejudicado a Madeira, diz Pedro Calado

O vice-presidente do Governo Regional assistiu, esta tarde, às celebrações do Corpo de Deus, na Sé do Funchal. Foto Rui Silva/Aspress
O vice-presidente do Governo Regional assistiu, esta tarde, às celebrações do Corpo de Deus, na Sé do Funchal. Foto Rui Silva/Aspress

“É uma má notícia”, foi desta forma que Pedro Calado resumiu a decisão do Reino Unido em retirar Portugal, incluindo a Madeira e os Açores, da sua lista verde. “No período em que  estávamos todos preparados para fazer a recuperação económica, em que já estamos a receber muitos turistas do Reino Unido, esta notícia não podia ter vindo em pior altura”, apontou o vice-presidente do Governo Regional.

Para o número dois do executivo madeirense, “a Madeira e os Açores, infelizmente, estão a ir a reboque de uma má imagem que Portugal continental deu nos últimos dias”. E essa má imagem, no seu entender, prende-se “com as manifestações desportivas e com o aumento do número de casos [de covid-19]”.

Foi no final das celebrações religiosas do Corpo de Deus, que decorreram na tarde desta quinta-feira, na Sé do Funchal, que Pedro Calado fez questão de salientar que “a Madeira não tem a mesma realidade que o continente tem, felizmente”. E esclareceu: “Nós temos tido um número de casos muito reduzido, nem chega a uma dezena diariamente, e estamos preparados para dar continuidade ao bom trabalho que temos feito”.

Madeira e Açores também saem terça-feira da "lista verde" britânica

Portugal, incluindo os arquipélagos da Madeira e Açores, vai deixar a "lista verde" de viagens internacionais do Governo britânico na terça-feira às 04:00, anunciou o Ministério dos Transportes britânico.

Para já, e conforme já foi também revelado por outros membros do Governo Regional, a Madeira já está a trabalhar e a pedir ao Reino Unido uma “discriminação positiva”. E o vice-presidente explica em que bases se fundamenta essa acção junto do governo britânico. “Porque a nossa realidade, sendo completamente diferente da do continente, estamos já preparados inclusivamente para receber cruzeiros, temos operações montadas com operadores turísticos, temos a Ilha preparada”.

Para essa discriminação positiva deverá contar, também, o facto de a Região ter, neste momento, mais de 40% da população com pelo menos uma dose da vacina contra a covid-19 e mais de 20%  já com as duas doses. “Estamos a um ritmo muito grande de vacinação. E as coisas estão a correr bem. Portanto, não há motivo nenhum, neste momento, para ter a Madeira junta com Portugal continental”, defende Pedro Calado.

“E é essa discriminação positiva que vamos pedir para a Madeira, espero que seja atendida pelo Reino Unido, porque temos corredores e linhas verdes que podem operar entre o Reino Unido e a Madeira, sem passar pelo continente”, apontou o governante.

Esperançado que “isto não dure muito tempo”, Calado acredita que “é uma questão de as autoridades reverem o processo e olharem para a Madeira com a especificidade positiva que a Madeira tem neste momento”.

“Neste momento, os hotéis estão com boa taxa de ocupação, temos tudo preparado para essa recuperação”. Além disso, “advinha-se um bom Verão”, pelo que o vice de Albuquerque está esperançado. “É um revés, mas é um pequeno revés, e espero que dentro de muito pouco tempo possamos ter a Madeira novamente integrada na lista verde britânica”, frisou o governante.

Eduardo Jesus entende que deve existir "discriminação positiva" para a Madeira

Em causa a retirada da Região da 'lista verde' do Reino Unido