Liberalismo, Capital e Trabalho

Os privilégios de que alguma Direita acusa o PCP em particular e a Esquerda em geral é porque ela acha que a Esquerda não estar no exílio ou na cadeia já é muito bom. Não que ela realize isso racionalmente, mas porque isso a condiciona culturalmente. Se dúvidas havia, veja-se o que disseram sobre a Festa do Avante, que respeitou as recomendações da Direção Geral de Saúde; e o arraial que patrocinaram agora, confundindo direitos políticos com concorrência desleal aos comerciantes de Lisboa. Olha o liberalismo à portuguesa, é sempre assim, eles comem e bebem tudo, e mais ninguém tem direito a nada. O mesmo para os direitos dos funcionários públicos e forças do Estado - inversamente aqui referidos - Forças Armadas, GNR, PSP, médicos, funcionários da administração pública, professores, enfermeiros, médicos, deputados, membros do governo, PR, estes se forem de Esquerda, Tribunais, magistrados do MP, PJ - para ela, Direita liberal encostada ao Estado, estes corpos do Estado, que ela considera tropa fandanga, e não arreda pé, mesmo na crise em que o Estado foi essencial à sobrevivência da Nação. Mas, atenção - o que ela quer dizer é que ainda restam e são respeitados os direitos laborais do setor público, que ela queria que já estivessem esbulhados dos seus direitos, como acontece em alguns setores do setor privado, que, na prática, se encontram suspensos: trabalho prolongado sem compensação, ACTVs caducados, greves congeladas. Ai que saudades de uma greve no setor financeiro, quando ainda os seus funcionários não sentiam o cutelo do espetro desemprego! O liberalismo desta gente é para o Capital, não para o Trabalho!

Post Scriptam: Eu é que sou o presidente da junta! Veio dizer o PR que ele é que nomeia o PM. Este disse que era óbvio, para não lhe espetar com a conhecida verdade de Monsieur de La Palisse!

Miguel Fonseca