Madeira

Diocese do Funchal recebeu uma denúncia de abuso sexual no ano passado

Foto Rui Silva/Aspress
Foto Rui Silva/Aspress

A Diocese do Funchal foi uma das quatro dioceses portuguesas que no ano passado encaminharam denúncias para as comissões criadas localmente para lidar com queixas de abuso sexual de menores ou adultos vulneráveis, segundo revela hoje o jornal Público.

Segundo informação prestada ao Público, a comissão de protecção de menores da Diocese do Funchal recebeu uma denúncia, relativa ao padre Anastácio Alves. “Foi internamente investigada e não foi participada às autoridades civis, porquanto decorria já o respectivo processo-crime”, referiu a advogada Paula Margarido, que coordena a referida comissão.

A última denúncia de alegados abusos na Diocese do Funchal tem cerca de três anos. Conforme o DIÁRIO noticiou na altura, o Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) do Funchal abriu um inquérito que tinha como suspeito o padre Anastácio Alves, na sequência de uma denúncia recebida em finais de Junho de 2018 por parte de uma Comissão de Protecção de Crianças e Jovens em risco de um concelho de fora do Funchal. A alegada vítima dos abusos desse caso era um rapaz com idade inferior a 12 anos, que estava ao cuidado de uma familiar já idosa, residente numa freguesia rural. Já em 2005 e 2007 tinha havido denúncias contra Anastácio Alves, que foram arquivadas na justiça.

Depois dessas investigações, em 2008 o sacerdote pediu para exercer funções na Suíça e depois em Paris, embora continuando ligado à igreja madeirense. Após a denúncia de meados de 2018 e seguindo as ordens do Papa Francisco de ‘tolerância zero’ para os abusos sexuais, a Diocese do Funchal suspendeu-o de funções. No final de 2019, o próprio Anastácio Alves pediu para deixar de ser padre.

De acordo com o jornal Público, um ano depois da criação das comissões diocesanas incumbidas de analisar as queixas de abusos sexuais, foram registadas quatro denúncias nas dioceses de Braga, Bragança e Funchal. No entanto, as várias situações estavam prescritas, por serem antigas, ou já estavam a ser investigadas.

O DIÁRIO contactou esta manhã o coordenador do gabinete de comunicação da Diocese do Funchal para conhecer a posição sobre o tema, mas não obteve resposta.