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Portugueses disponíveis para novos métodos de gestão de embalagens

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A maior parte dos portugueses está disponível para aderir a novos métodos de gestão de embalagens previstos para um futuro próximo, indica um estudo ontem tornado público pela Sociedade Ponto Verde.

O estudo diz que mais de dois terços dos portugueses (65%) prevê vir a devolver embalagens para receber o valor do depósito, na possibilidade de a partir de 2022 se cobrar uma taxa sobre as embalagens, que é devolvida na entrega dessas embalagens nas máquinas de sistemas de depósito com retorno.

Desenvolvido para a Sociedade Ponto Verde (entidade que organiza e gere a retoma e valorização de resíduos de embalagens) pelo OBSERVA-Observatório de Ambiente, Sociedade e Território do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, o estudo abordou a adesão e perceção sobre mudanças previstas na política de resíduos urbanos.

Atualmente está em fase piloto a instalação de sistemas de depósito para embalagens de bebidas, que pode estar operacional no próximo ano, e para o ano seguinte está prevista a eliminação dos plásticos descartáveis e recolha dedicada de resíduos orgânicos.  

Segundo o comunicado da Sociedade Ponto Verde, o estudo mostra que são os cidadãos mais separadores que manifestam maior interesse e disponibilidade para o uso dos sistemas de depósito com retorno, apesar de mais de dois terços dos inquiridos afirmarem nunca ter ouvido falar sobre este sistema. Quanto ao interesse em utilizar esses sistemas caso existissem na vizinhança a maioria dos inquiridos (51%) afirmou ter interesse.

Os responsáveis pelo trabalho concluíram também que em termos gerais os portugueses concordam com os incentivos financeiros, como "vouchers" para compras em troca da entrega de embalagens, mas referem sempre como fator importante a acessibilidade a essas máquinas de depósito. Mais de dois terços considera que esse sistema pode contribuir para aumentar a reciclagem.

E também concordam com a possibilidade de haver uma tarifa diferenciada para cada agregado familiar em função da quantidade de lixo não separado. Esse sistema pode favorecer bastante o aumento da reciclagem, consideraram 41% dos inquiridos.

O estudo contemplou a recolha e análise de artigos científicos, o levantamento das políticas públicas de resíduos urbanos, organização de grupos de debate e um inquérito a nível nacional com uma amostra representativa da população.