A guerra das autárquicas

Ainda não nos livramos de uma pandemia, já lá vem outra a caminho.

Esta, porém, é menos grave do que aquela que há mais de um ano nos assola.

E costuma ser mais bem humorística, se bem que, a que estamos a “sofrer na pele” não fora a tragédia acoplada, os diversos episódios tão insólitos, tão ridículos, tão aparvalhados e tão cómicos existentes (sobretudo no continente) seria motivo de diversão.

Aliás, há quem deles faça programas de humor com audiências assinaláveis.

Bom, mas voltando àquilo a que referimos como de “nova pandemia” trata-se das eleições autárquicas.

Já começa a ser visível o “põe o disco e toca o mesmo “ !

Os que já lá estão, a dizerem eu fiz isto e fiz aquilo (como se de uma proeza se tratasse ou não estivessem a ser pagos para isso) e se continuar ainda vou fazer mais isto e mais aquilo; e os que para lá querem ir, a referirem que, se forem eleitos tudo será diferente, pois farão o que não foi (e deveria ser) feito.

Enfim, a ladainha do costume, presumivelmente mais tarde abrilhantada com as tradicionais intrujices e promessas lunáticas, na perspetiva de convencerem os (cada vez menos) cidadãos a darem os votos para a concretização dos seus respetivos propósitos.

Propósitos esses que, muitas vezes, passam primeiro pelos seus interesses pessoais e partidários antes de chegar “alguma coisinha” (convém que chegue) ao bem público.

No tocante ao Funchal, aquilo que deve mais preocupar os funchalenses – em nossa modesta opinião – são as eleições autárquicas não serem em simultâneo com as Legislativas.

Ou seja, não se votar para o Governo Regional e Câmara do Funchal no mesmo dia.

Exatamente porque, essa lengalenga de não ser útil deitar os “ovos debaixo da mesma galinha” (especialmente quando a galinha não é nossa) é muito bonita na teoria, mas na prática já vimos que não resulta.

Essa coisa dos “ ovos divididos ou espalhados” dar a possibilidade de haver diferentes opiniões, análises diversificadas nesta ou naquela matéria, em prol do povo e da cidade, nem sempre se tem visto.

Pelo contrário, o que temos assistido é a “guerras, birras e guerrilhas”, numa atabalhoada luta pelos poderes do “aqui quem manda sou eu e não tu “ em claro prejuízo da cidade e dos cidadãos.

Se as eleições fossem em simultâneo estava nas mãos do povo (de imediato) acabar com esses espetáculos degradantes.

Em Lisboa – por exemplo – não há guerras. Exatamente porque Governo e Câmara são da mesma cor partidária.

Mas nada de confusões. Não há guerra em Lisboa NÃO POR SER SOCIALISTA, mas pelo Governo e Câmara terem a mesma cor partidária há 13 anos consecutivos.

Deus nos livre sequer de insinuar a direção de voto a quem quer que seja.

O povo – atendendo aos conflitos verificados entre Câmara e Governo – deveria

Optar por entregar a Câmara do Funchal a quem pense entregar o Governo Regional nas próximas Legislativas. Mas entregue a quem melhor achar que está preparado para defender os interesses do mais importante município (Funchal) e da Madeira em geral.

Só que, Câmara e governo, repito, com “cores” distintas, as quezílias irão prosseguir.

Juvenal Pereira