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Torre Eiffel em crise precisa de dezenas de milhões de euros

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A Torre Eiffel, em França, vai precisar de uma injeção de capital de "várias dezenas de milhões de euros" para superar a crise provocada pela pandemia de covid-19, adiantou hoje a empresa responsável pela exploração do monumento.

Em declarações ao jornal Le Fígaro, o presidente da Sociedade de Exploração da Torre Eiffel (SETE), Jean-François Martins, notou que os fundos próprios da companhia estão limitados a 30 milhões de euros e "não são suficientes" para fazer face às despesas previstas com um nível de atividade muito baixo e já depois de longos períodos de encerramento.

Nesse sentido, o responsável da SEPE -- que lamentou que "o monumento que encarna a França no mundo não tenha tido uma ajuda estatal específica" (apesar de um empréstimo do Estado de 25 milhões de euros) - revelou já ter iniciado negociações com os seus dois acionistas, o município de Paris (que detém 99% do capital) e a Autoridade Metropolitana (1%), para avançar com o reforço de capital.

Além de cobrir os custos de funcionamento, a injeção financeira tem também como objetivo viabilizar a renovação do elevador no pilar norte, com um custo estimado de 50 milhões de euros, além de uma campanha de pintura agendada para o outono que se prevê que possa custar outros 50 milhões de euros.

O icónico monumento parisiense vai reabrir ao público no dia 16 de julho, oito meses e meio depois de ter fechado em virtude das restrições decretadas em França para conter a disseminação do vírus SARS-CoV-2.

No entanto, haverá uma manutenção parcial das restrições, com a imposição de uma distância de um metro entre os visitantes, o que limitará a capacidade dos elevadores nos pilares leste e oeste a metade: 25 pessoas em cada sentido.

A redução da capacidade de ocupação, associada à quebra de turistas, significa que se espera que o número de clientes não exceda os 10.000 por dia, em comparação com os 25.000, em média, que se registavam anteriormente.

Em 2020, a sociedade viu as suas receitas reduzidas para 25 milhões de euros, face a cerca de 100 milhões de euros em 2019, e isso traduziu-se numa perda de exploração de 50 milhões de euros. Para 2021 estão previstos "30 milhões em vendas e um novo prejuízo de 70 milhões".