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O fascínio do Sol e dos eclipses *

* Extrato de O Sol e os Eclipses – História, lendas, curiosidades

Dada a grande importância que tem sobre a vida na Terra o Sol sempre foi visto como fonte de vida e foi venerado como entidade divina nas culturas maia, asteca, egípcia e noutras civilizações, até os romanos, no tempo de Cristo, veneraram o Sol Invicto.

No Egito os faraós intitulavam-se descendentes do deus Rá (deus Sol) e, no reinado do faraó Amenófis IV, chegaram a arrancar tetos dos templos para que se enchessem da presença direta de Áton, deus Sol. Na ilha Celebes, Indonésia e em Timor-Leste existem lendas, segundo as quais os antigos liurais, chefes tradicionais, também se consideravam Filhos do Sol.

Os eclipses

Estes fenómenos sempre causaram deslumbramento e originaram muitas lendas, desde os primitivos povos. Segundo a mitologia chinesa, o eclipse lunar verifica-se quando um dragão devora a Lua. Por este motivo, ainda hoje, durante o eclipse, as pessoas saem à rua batendo tachos e provocam ruídos para que o dragão se afaste.

Os timorenses em Covalima acreditavam que, durante um eclipse, a Lua estaria a enganar o Sol, fazendo crer que não havia vida na terra. Com o Sol escondido, a Lua aproveitava para descer pelas árvores e devorava almas. Por esse motivo, as pessoas fazem muito ruído com tachos, tambores e gritarias para que a Lua se afaste e o Sol reapareça.

O eclipse lunar de Cristóvão Colombo

Ao chegar à Jamaica, este navegador tinha falta de mantimentos, mas os povos locais evitavam contactos com os navegadores. Colombo, porém, através das cartas astronómicas, sabia que iria ocorrer um eclipse lunar num dos dias seguintes. Então, o navegador mandou dizer aos indígenas que se não dessem mantimentos a Lua iria esconder-se, como efetivamente aconteceu no dia 29 de fevereiro de 1504. Os indígenas ficaram atemorizados e, no dia seguinte ao eclipse, ofereceram muitos alimentos e outros bens aos navegadores.

Como é possível prever um eclipse?

Os astrónomos da antiga Caldeia, Mesopotâmia, registaram e estudaram muitos eclipses e chegaram à conclusão que depois de ocorrer um eclipse, ao fim de dezoito anos e onze dias, havia a probabilidade de ocorrer novo eclipse idêntico, período que designaram por ciclo de Saros.

Tal como é possível prever o simples nascer e pôr do Sol e as fases da Lua, porque se repetem, o estudo do movimento dos corpos e fenómenos celestes, incluindo os eclipses, permitem prever a sua ocorrência.