Reflexão sobre o Racismo no Mundo

O racismo está presente em todas as culturas.

A que tem mais cobertura mediática e é mais denunciada, é nos EUA, onde todos os dias somos confrontados com a brutalidade policial e opressão social e política, a quem tem um tom de pele mais escuro naquele país. Não são aceites como americanos, sendo relembrados da sua pesada história herdada sem nada terem feito para isso. Seus pais foram educados pelos seus avós sobre este drama que herdarem quando nasceram, mas que haveria esperança de mudar e de o seu país ser uma América unida. Estes pais achavam que seus filhos não teriam de passar por isto, mas infelizmente a união nunca chegou a existir.

A história de escravatura tem mais de 400 anos, e ainda hoje é uma herança pesada, uma espécie unida, ajudaria a aliviar esse peso. Não esquecer a história, pois esta serve para não se cometerem erros terríveis do passado, que na realidade não pertencem a uma época, mas mesmo que numa versão diferente, são intemporais e a violência associada é crua e cruel.

Na Austrália, há descendentes de um dos povos mais antigos da humanidade, os aborígenes australianos, que são cruelmente oprimidos pela sua cor de pele escura ou características físicas. São pessoas oprimidas e que também sofrem com a brutalidade policial, estando tudo documentado. É uma realidade que aos olhos do mundo é ignorada e quase invisível. Mas a constante brutalidade do racismo nos EUA fizeram estas pessoas falarem sobre a sua dura realidade num país camuflado pelo seu exotismo de paisagens e pacifismo.

Recomendo verem o documentário “O Povo Aborígene e o Racismo”, disponibilizado pelo RTP Play, que muito bem fala sobre esta realidade que nunca deixará de existir se não reconhecermos o problema e juntos o resolvermos como uma espécie unida e orgulhosa da sua diversidade.

O mesmo agora se passa em Moçambique. Falava-se muito levianamente sobre o horror já vivido em Cabo Delgado com a invasão do autoproclamado estado islâmico, agora tomou proporções gigantescas com a invasão de outras zonas e a constante perseguição de um povo que já nada tem a não ser a força de vontade de sobreviver por eles e pelos poucos dos seus que ainda vivem. A ajuda chegou tarde, muito mal já foi feito a este povo, crimes hediondos, histórias que contadas colocam qualquer um nauseabundo com tamanha chacina. A ajuda chegou porque há empresas estrangeiras em risco. Porque um povo de gente com cor de pele escura lá nos confins do mundo são tão insignificantes para o ocidental como uma mosca que anda a zumbir dentro de casa.

É a realidade infelizmente. Depois andamos a debater se certas construções devem ir abaixo por lembrar tempos duros, e ignoramos os tempos duros que os nossos irmãos atravessam neste momento!

Todas as vidas importam, todos têm uma voz!

R. N.