Mundo

Partido de Borissov vence na Bulgária, mas voto de protesto promete instabilidade

None

Os resultados parciais das legislativas na Bulgária divulgados hoje dão a vitória ao partido do primeiro-ministro cessante, Boiko Borissov, mas a amplitude do voto de protesto, dividido entre várias formações, abre um período de instabilidade.

Segundo a Comissão Eleitoral e contados mais de metade dos votos, o Cidadãos para um Desenvolvimento Europeu da Bulgária (GERB), do ultraconservador Borissov, venceu as eleições com 24,8% dos votos.

Segue-se o Este Povo Existe (ITN), um novo partido populista criado pela vedeta televisiva Slavi Trifonov, que conseguiu mais de 18% dos votos e ultrapassou o Partido Socialista Búlgaro (BSP), considerado o principal rival do GERB, que se ficou pelos 14,9%.

O movimento Bulgária Democrática, que diz representar a "direita urbana e liberal", conseguiu 10%, um resultado melhor do que o previsto, enquanto o outro partido contestatário, "De pé!" (esquerda), proveniente dos protestos do passado verão, obteve quase 5%.

O Movimento para os Direitos e Liberdades (DPS), representante da minoria turca e muçulmana do país, ficou na quinta posição com 9% dos votos.

Quanto aos ultranacionalistas do VMRO, que fizeram parte do governo cessante, concorreram sozinhos e não terão conseguido ultrapassar a barreira dos 4% necessários para entrar no parlamento.

Importante terá sido a participação histórica dos emigrantes búlgaros, cujo voto foi principalmente para dois dos novos partidos de protesto, o Este Povo Existe e a Bulgária Democrática, segundo a Comissão Eleitoral.

"Os resultados traduzem a profunda fragmentação da sociedade. Não surge uma maioria clara e o GERB deve a sua vitória apenas à preocupação dos eleitores com a estabilidade", considerou Antony Galabov, da New Bulgarian University.

Borissov, 61 anos, que venceu as cinco eleições realizadas desde 2009, pediu no domingo unidade e propôs criar um Governo de especialistas, pelo menos até final do ano, para gerir a crise da pandemia da covid-19.

Os seus oponentes até agora não revelaram as suas intenções, o que pode indicar que as negociações serão difíceis.