Não é com chantagem que isto vai lá

Ao ler a notícia de sexta, dia 19 de Março, do coordenador da task force para a vacinação contra o covid-19, a dizer que quem recusar a vacina da Astrazeneca que vai para o fundo da lista e não irá escolher a vacina, podendo levar na mesma a recusada, foi chocante.

Não é com ameaças que se vai impedir o pânico sobre este assunto, muito pelo contrário, isto só serve para meter medo às pessoas sem necessidade.

E é hipócrita. Os governos de muitos países europeus e mundiais foram os primeiros em entrar em pânico com a situação da formação de coágulos sanguíneos em várias pessoas que poderiam (ou não) ser atribuídos à vacina da Astrazeneca. Incluindo o nosso. E agora por meio de chantagem, criticam o português por estar receoso, tratam o povo como se de uma criança fosse, “Come e cala-te!”.

Pergunto se o pessoal do governo e de altos cargos, por precaução, não vão ter ao seu dispor a escolha e qual a vacina a levar (excepto o Costa que já levou com a primeira dose da Astrazeneca).

Mas pronto, o povo português, o simples português é que é um bebé chorão mimado “Já levas a vacina e já é muito bom, não te queixes!”.

Atenção! Eu defendo a vacinação, não sou anti-vacinas. Mas tenho espírito crítico, fundamentado com a procura de informação para combater a desinformação.

Poderá ter sido problema do lote, ou é mesmo uma das possíveis causas secundárias, pois para as outras vacinas, também já houve casos de formação de coágulos sanguíneos.

Mas o que esta task force em conjunto com a DGS e o Governo Português estão a fazer, é a ajudar a desinformação proliferar que nem cogumelos, ao implementar a política do medo e da chantagem.

O que eles deviam estar a fazer era falar com clareza, sem floreados ou meias palavras, sobre este assunto, de modo a tranquilizar as pessoas.

Mesmo antes do início da pandemia, já era um problema os discursos contraditórios e chantagistas, ou cheios de florados sem nexo. É revoltante até para quem até agora tem acatado e defendido as medidas.

Não se consegue fazer alguém deixar de ter medo de nadar, ao empurrá-la para dentro de uma piscina ou para o mar.

R.N.