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Julgamento de Trump arranca com imagens de assalto ao Capitólio

Foto EPA
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O processo judicial de destituição de Donald Trump começou hoje no Senado dos Estados Unidos, com a exibição das imagens do assalto ao Capitólio em janeiro, que a acusação considera ter resultado de incitamento pelo ex-Presidente.

Sob fortes medidas de segurança no exterior do Capitólio, em Washington D.C., os 100 senadores - 50 democratas e 50 republicanos - assistiram a excertos dos acontecimentos de 06 de janeiro, quando se contavam no interior daquele mesmo edifício os votos do Colégio Eleitoral que davam a vitória a Joe Biden, que os apoiantes de Trump consideravam fraudulenta.

Além das imagens do assalto, em que morreram cinco pessoas, a acusação reproduziu também imagens do comício de Trump, então Presidente cessante, no exterior do Capitólio, em que este reiterou a acusação de fraude e proferiu uma frase que a acusação considera provar que incitou a violência que se seguiu: "vamos dirigir-nos ao Capitólio".

No final de mostradas as imagens do comício e da posterior violência, o congressista democrata Jamie Raskin, que lidera a acusação ao ex-Presidente, declarou: "Se isto não é uma ofensa digna de destituição, então não existe tal coisa".

Professor de Direito, Raskin prometeu aos senadores - hoje na posição de jurados depois de em janeiro muitos deles terem estado sitiados durante a invasão do Capitólio - apresentar "factos claros e sólidos" de crimes cometidos pelo ex-Presidente.

Hoje, militares armados da Guarda Nacional marcam presença no exterior do perímetro do Capitólio, vedado e protegido por arame farpado.

No primeiro dia do julgamento, os advogados de Trump irão contestar a constitucionalidade do julgamento de destituição, quando o ex-Presidente já não está em funções, além de argumentar que Trump estava apenas a exercer os seus direitos da Primeira Emenda da Constituição (de proteção à liberdade de expressão), quando contestou os resultados eleitorais.

No final do primeiro dia de debate, o Senado irá votar, bastando uma maioria simples para que o processo avance - algo que está ao alcance dos democratas, que têm metade dos 100 lugares no Senado, e contam com o apoio de alguns republicanos.

Trump é o primeiro Presidente a ser sujeito a um processo de 'impeachment' por duas vezes no mesmo mandato e o único a ser julgado politicamente depois de já ter abandonado o cargo.

A Constituição determina que a condenação só será válida se tiver o apoio de dois terços dos 100 senadores, ou seja se aos 50 democratas se somarem 17 republicanos, mas da bancada republicana poucos se mostram favoráveis à condenação do ex-Presidente.

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