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PAN defende que "fazer oposição não é só votar contra" e aponta o dedo à esquerda

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A porta-voz do PAN defendeu hoje que "fazer oposição não é só votar contra" e que o "bom senso não imperou" no debate do Orçamento para 2022, num discurso no qual foi várias vezes aplaudida pelo PS.

Inês Sousa Real falava no encerramento do debate sobre o Orçamento do Estado para 2022, que decorre na Assembleia da República, em Lisboa, num discurso no qual reiterou a intenção do partido de se abster na votação do documento e deixou alguns reparos à esquerda parlamentar.

"Este debate sobre o Orçamento do Estado foi um medir de forças, um ver quem cede primeiro e uma forma de servir interesses partidários. Foi tudo aquilo que não deve ser, porque estamos a decidir o futuro das pessoas, a sua qualidade de vida, e o seu bem-estar. Aspetos estruturais como a saúde, a justiça, a habitação, educação, medidas ambientais e de proteção animal. No entanto, o bom senso não imperou neste debate", defendeu.

A líder partidária apontou que o orçamento em discussão, à semelhança de anteriores, "está longe da perfeição ou dos consensos" que pretendiam alcançar, deixando, no entanto, algumas ressalvas.

"Mas também sabemos que quem escolhe demitir-se daquilo para que foi eleito, demite-se de um trabalho que, em democracia, deve ser conjunto. E esta atitude resulta tão somente num adiar das respostas imediatas de que as pessoas precisam. E o país lá fora não pode esperar. (...) Fazer oposição não é só votar contra, é também trabalhar em conjunto por melhores soluções para o país", argumentou.

Inês Sousa Real considerou também que "foram várias as justificações forjadas para rejeitar o Orçamento do Estado, quando a verdadeira razão é tão só a de manter o sectarismo político e de satisfazer as clientelas partidárias".

"A esquerda e o Governo ao não cederem, ao demitirem-se de lutar por um orçamento melhor na especialidade, estendem a passadeira vermelha à ascensão do populismo antidemocrático no nosso país", vincou.