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Nova companhia aérea brasileira operará 239 aeronaves com apoio de fundo saudita

Foto DR/Nella Airlines
Foto DR/Nella Airlines

A brasileira Nella Airlines, uma nova companhia aérea que ainda aguarda autorização para voar no Brasil, mas já com operações na Bolívia e Venezuela, anunciou terça-feira um acordo com um fundo saudita que lhe permitirá operar 239 aeronaves.

O acordo de 350 milhões de dólares (300,8 milhões de euros) foi firmado entre a Nella Airlines Group, conglomerado norte-americano que controla as empresas do grupo Nella, e a Falcon Vision, uma das empresas responsáveis por captar recursos para o Fundo de Investimento Público da Arábia Saudita, o maior fundo público de investimentos do mundo, informou a companhia aérea num comunicado divulgado no Brasil.

O acordo vai permitir "o crescimento e a aceleração dos negócios da Nella no âmbito de um projeto que será implementado por fases e que prevê a operação de 239 aeronaves numa primeira fase", refere o comunicado.

Os investimentos iniciais previstos no negócio somam 350 milhões de dólares, segundo o acordo que a Nella disse ter assinado com a Falcon Vision, empresa com sede em Jeddah, na Arábia Saudita.

Esta companhia aérea tem planos para se tornar numa importante operadora na América Latina, contando já com operações na Bolívia e na Venezuela através das companhias Amaszonas by Nella e Albatros by Nella, respetivamente, enquanto aguarda autorização para voar no Brasil, Chile e Paraguai.

Conforme negociado com o fundo saudita, Nella também será "responsável por certificar, adquirir, estruturar, administrar e operar diferentes companhias aéreas que permitirão uma conexão global aérea do Médio Oriente com África, Ásia, Europa e América Latina".

A Nella, sediada em Brasília e a primeira companhia aérea brasileira criada com capital estrangeiro, pertence em 100% ao conglomerado norte-americano Nella Airlines Group, que é controlado pelo empresário brasileiro Mauricio Araújo de Oliveira Souza.

O grupo anunciou em agosto a compra por 50 milhões de dólares (43 milhões de euros) do controlo da boliviana Amaszonas, que opera no país andino há 22 anos e que tem voos regulares para o Brasil, Chile e Paraguai, e um mês antes havia anunciado a aquisição da uma participação na venezuelana Albatros Airlines, que oferece voos para Aruba, Costa Rica, Margarita e Punto Fijo.

"Temos interesse em crescer e temos demonstrado isso com as últimas aquisições e acordos firmados. O mercado aéreo passará por um 'boom' na pós-pandemia e estamos prontos para esse crescimento", disse Souza, que fundou a companhia aérea em 2019 com o objetivo de convertê-la numa das maiores da América Latina, citado no comunicado da empresa.

Segundo a Nella, a Falcon Vision é uma das empresas vinculadas ao maior fundo de investimento público do mundo e que é comandado por Mohammad bin Salman bin Abdulaziz Al Saud, príncipe herdeiro da Arábia Saudita, vice-primeiro ministro e atual ministro da Defesa do seu país.