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"Nem a pandemia, nem a crise podem ofuscar a igualdade"

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A crise pandémica "não pode ofuscar" a agenda da igualdade entre mulheres e homens, vincou hoje a ministra da Presidência, na sessão de abertura de uma reunião de alto nível da presidência portuguesa da União Europeia (UE).

"Nem a pandemia, nem a crise podem ofuscar a igualdade de género. Ao contrário, em tempos como este, é ainda mais importante", disse Mariana Vieira da Silva, dirigindo-se às técnicas (maioritariamente mulheres) de todos os Estados-membros que participam na reunião de Alto Nível para o Mainstreaming de Género, hoje e terça-feira.

Reconhecendo que "a covid-19 pôs as desigualdades em evidência" e que, "como qualquer crise, é mais difícil para os mais vulneráveis", a ministra sublinhou a importância de "coordenação entre os países" da UE, para se obter "progressos tangíveis" em matéria de igualdade.

"Se até aqui as desigualdades de género eram óbvias, agora são impossíveis de ignorar", constatou.

Admitindo que vivemos "um tempo de retrocessos", Mariana Vieira da Silva frisou que a agenda da igualdade será uma das prioridades da presidência portuguesa do Conselho da UE, ao longo do primeiro semestre de 2021, nomeadamente reforçando a proteção das vítimas de violência, "cuja vulnerabilidade aumentou com o isolamento imposto pela pandemia".

A ministra disse ainda que Portugal quer "começar as negociações" do dossiê da transparência salarial, prometendo "trabalhar com todos os Estados-membros, sem exceções".

Também presente na sessão de abertura da reunião, que decorrerá à porta fechada, a diretora para a Igualdade da Direção Geral de Justiça e Consumidores da Comissão Europeia, Irena Moozova, realçou que "ainda não é claro qual será o impacto da crise nas disparidades salariais entre mulheres e homens, que é hoje de 14 por cento na Europa".

Por isso, aguarda-se com expectativa que a "nota de pesquisa" sobre o impacto da pandemia nas mulheres que a presidência portuguesa encomendou ao Instituto Europeu para a Igualdade de Género (EIGE, na sigla em inglês) revele "a peça em falta" na resposta à covid-19.

"Há poucas mulheres a tomarem decisões em resposta à pandemia", assinalou.

Ora, "a crise não está a afetar homens e mulheres da mesma maneira", constatou. "As mulheres estão mais vulneráveis. O trabalho doméstico não pago intensificou-se ainda mais durante os confinamentos", notou.

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