Madeira

Câmara de Lobos estuda programas de ocupação de desempregados

O concelho é dos que mais tem sofrido com as consequências económicas da pandemia

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“Num concelho que tem muita gente a trabalhar na hotelaria e na restauração, sabendo como estão estes sectores neste momento, obviamente aumentamos o número de desempregados. Mas a Câmara Municipal está atenta e tem um conjunto de instrumentos para debelar este problema”, afirmou esta segunda-feira ao DIÁRIO o presidente da autarquia de Câmara de Lobos, a propósito da manchete de hoje, que revela que o concelho é o mais afectado na Região pela perda de postos de trabalho durante a pandemia. Pedro Coelho avança que o município está a estudar “alguns programas de ocupação de desempregados no sentido de inverter a médio prazo esta situação”.

“Temos um hotel aqui na baixa da cidade que está encerrado, muita gente que trabalha na hotelaria não está a trabalhar, e é uma preocupação”. Por isso, salienta o autarca, tanto município, como Governo Regional, estão atentos: “Tendo um papel de políticas que incentivem a debelar este problema, sobretudo contratando e fazendo programas de ocupação de desempregados. Muitos já são feitos pelo GR e a autarquia tem alguma responsabilidade no sentido de promover estes programas”.  

E aprofunda mais: “O que vem dizer o trabalho do DN, é que em Fevereiro de 2020 a nossa taxa de desemprego era de 5,6%. Antes da pandemia, Câmara de Lobos tinha uma situação muito favorável, era o segundo município com o rácio mais baixo em termos de desemprego face à população”. Um crescimento que o novo coronavírus veio travar: "Foi pena esta pandemia, estávamos a crescer muito e infelizmente, agora, somos dos concelhos que em termos absolutos o desemprego cresceu mais. Mas é preciso olhar para os números, compreendê-los e perceber que há um problema", considerou. 

Com cerca de 33 mil habitantes no concelho, onde se enquadra uma larga fatia de população jovem, muitos a trabalhar nos sectores da hotelaria, restauração, comércio e limpezas, Pedro Coelho releva que Câmara de Lobos é um dos locais que mais tem sofrido com os efeitos colaterais da pandemia, mas apesar de aumentar o número de desempregados "mesmo assim, em Setembro, em termos percentuais - e como o DIÁRIO faz referência -  Câmara de Lobos não é o concelho com a mais alta taxa de desemprego. Temos, por exemplo, o Funchal, com 7,9%, Ribeira Brava com 8,21%, Porto Moniz com 8,17%,e nós temos 7,7%”.

Além disso, a autarquia garante que tem reforçado as verbas para a área social: “Também em parceria com outras entidades, com o Fundo de Emergência Social que hoje está a ser gerido por uma instituição do nosso concelho, que é o Centro Social e Paroquial de Santa Cecília. E temos também ajudado muito os jovens do nosso concelho. Depois da cerca sanitária, com a aquisição de tablets e de portáteis - muitas vezes para além das nossas competências. Fornecemos equipamento informático aos jovens que se estavam a preparar para os exames nacionais”.

À semelhança de outros municípios, também o de Câmara de Lobos congelou a cobrança de taxas de ocupação do espaço público, de esplanadas, nos espaços geridos pela autarquia.  E o presidente de CML também lembra que nos mercados municipais do concelho, “durante vários meses, foi atribuída a isenção de pagamento de rendas”. Neste momento, explica, “ há a redução de 50% das taxas de licenciamento para conversão de novas habitações ou remodelação de habitações”.

Já o desemprego “só se resolve com crescimento económico e com a criação de riqueza”, considera Pedro Coelho, sem esquecer que o momento é delicado: “Temos de trabalhar para inverter estes valores, mas neste momento temos este problema de saúde pública e em primeiro lugar está a saúde das pessoas. Mas também é preciso não esquecer a saúde das empresas, são essas que criam emprego e se não têm clientes não podem ter funcionários a trabalhar”. 

“Tínhamos uma posição muito favorável em Fevereiro de 2020, era a segunda taxa mais baixa da Região. Efectivamente aumentámos agora em Setembro de 2020, mas tem a ver com a população e sobretudo em que sectores de actividade em que essa população está a trabalhar. Ainda não é a taxa mais alta da Região, mas não invalida, havendo desempregados e aumento do desemprego no concelho, que é um motivo de preocupação e também é uma questão que temos de avaliar e estudar as soluções”, insistiu ainda o autarca. 

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