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PCP exige “atitude de respeito do Governo” português pelas eleições na Venezuela

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O PCP saudou hoje o “ato de afirmação democrática” da Venezuela nas eleições de domingo para a assembleia constituinte e exigiu que o Governo português tenha uma “atitude de respeito pela soberania” do país.

A participação de mais de oito milhões de pessoas, de 41% dos eleitores num país sem o voto obrigatório é “uma importantíssima mensagem coletiva de defesa da paz, da democracia” e critica o “ataque ao povo” venezuelano pelos Estados Unidos e União Europeia, segundo um comunicado do PCP divulgado hoje.

Os comunistas portugueses, que têm apoiado o Governo de Nicolás Maduro, concluem que é “ao povo venezuelano que cabe decidir do seu próprio futuro e da forma de organização do Estado”.

A “defesa dos interesses e a segurança da comunidade portuguesa residente na Venezuela implicam a condenação das ações desestabilizadoras, terroristas e golpistas” e é uma “atitude de respeito pela soberania” do país que “se exige por parte do povo português”.

Hoje, passadas algumas horas sobre os resultados das eleições para a Assembleia Nacional Constituinte, o Governo português fez um novo alerta para a gravidade da situação na Venezuela.

“O Governo reitera que a gravidade da crise económica e social que atinge o povo venezuelano só poderá ser debelada mediante um compromisso político inclusivo que envolva o regresso à normalidade constitucional e no quadro de um calendário eleitoral mutuamente acordado entre as partes, bem como no pleno respeito pelos direitos humanos, pela separação de poderes, pelo livre exercício dos direitos civis e políticos e, em geral, pelos princípios do estado de direito”, refere o Ministério dos Negócios Estrangeiros em comunicado.

A convocatória para a eleição foi feita em 01 de maio pelo Presidente, Nicolás Maduro, com o principal objetivo de alterar a Constituição em vigor, nomeadamente os aspetos relacionados com as garantias de defesa e segurança da nação, entre outros pontos.

A oposição venezuelana acusa Nicolás Maduro de pretender usar a reforma para instaurar no país um regime cubano e perseguir, deter e calar as vozes dissidentes.

Pelo menos dez pessoas morreram, na sequência de confrontos, durante a jornada eleitoral, indicou o Ministério Público venezuelano.

Mais de cem pessoas foram mortas nos protestos antigovernamentais que têm agitado a Venezuela desde o passado dia 01 de abril.