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A importância de saber ler o rótulo dos alimentos

Foi recentemente notícia o trabalho de um fotógrafo espanhol Antonio Rodríguez, que mostrou com as suas fotos a quantidade de açúcar presente em vários produtos alimentares. O grafismo da fotografia é impressionante uma vez que, ao lado de cada alimento, são colocados cubos de açúcar equivalentes ao teor de açúcar dos mesmos. Claro que isto não é nada de novo, mas ao criar as imagens, o choque visual que isso representa constitui um poderoso alerta para a necessidade de sabermos efectivamente o que estamos a comer. Para isso só há uma coisa a fazer: aprender a ler os rótulos dos produtos alimentares! Nos últimos anos temos assistido a uma profunda evolução da informação contida nos rótulos, fruto do aumento da legislação aplicada aos produtos alimentares mas também devido à maior exigência por parte dos consumidores. Temos então um maior volume de informação mas continuamos a não saber o que fazer com ela. Faltam-nos as ferramentas necessárias para o saber ler/interpretar o rótulo dos produtos alimentares. O consumidor quando pega num rótulo deveria ser capaz de saber responder a várias questões como o que quererá dizer aquele valor energético, aquela quantidade de gordura será adequada ou não, se o alimento tem a fibra necessária, se tem excesso de sal ou de açúcar. Não querendo ser demasiado técnica deixo alguns conselhos a utilizar na hora de ler os rótulos de alimentos. 1. Ler a lista de ingredientes - uma vez que os alimentos são colocados por ordem decrescente de peso no produto final, se nos primeiros ingredientes encontrar açúcar, gordura ou óleos, chocolate, será um alimento muito rico em açúcar e/ou em gordura. Para além disto há que ter atenção aos outros açúcares que são adicionados aos produtos para os adoçar como sacarose, frutose, glicose, xarope de glicose, xarope de frutose-glicose, xarope de frutos, xarope de milho, açúcar invertido, mel, extrato de malte, dextrose, sumo de fruta, lactose, maltose, dextrina e maltodextrina. 2. A designação light não é sinónimo de saudável- o facto de um produto ser light ou magro apenas significa que em comparação ao produto original houve uma redução no teor de gordura ou açúcar, fazendo assim diminuir o valor energético do produto. Umas batatas fritas light continuam a ter quantidades de sal e gordura elevadíssimas, embora em menor quantidade que as não light. 3- Atenção aos aditivos- estes são substâncias que não fazem parte naturalmente do alimento e são adicionadas com fins tecnológicos. Incluem este grupo os antioxidantes, intensificadores de cor e sabor, emulsionantes, estabilizantes e gelificantes, conservantes e adoçantes. Quando já reconhecemos que o melhor será consumirmos os alimentos o mais próximo possível do seu estado natural, um produto que tenha muitos aditivos não cumprirá certamente essa recomendação. 4 - Ler com atenção a informação nutricional- nela vem descrita a quantidade de energia, proteína, hidratos de carbono- indicando a quantidade de açúcares simples, gordura- indicando a saturada, monoinsaturada e polinsaturada, fibras, sal, vitaminas e minerais, entre outros, por 100g ou 100 ml do produto, existindo já alguns rótulos que os descrevem por porção ou dose. A informação nutricional é importante quando queremos comparar produtos semelhantes em termos dos nutrientes que os constituem. Permite-nos por exemplo, escolher o produto que tem menos açúcar, menor quantidade de gordura saturada, mais fibra, menos sal, de forma a fazermos a escolha mais adequada às nossas necessidades e se possível, a mais saudável.

Boa leitura! Boas escolhas alimentares!