"O programa JPP é um compromisso para responder as necessidades das pessoas"
A candidatura do Juntos Pelo Povo (JPP) apresentou, hoje, o seu Programa Autárquico 2025-2029 para a Câmara Municipal do Funchal, afirmando tratar-se de "um compromisso escrito, um pacto entre o partido, a candidata, a equipa e os funchalenses, para honrar a palavra dada e afirmar a seriedade do projecto".
Fátima Aveiro diz que fica a aguardar pelo programa das outras candidaturas, "em particular do PSD/CDS para que as pessoas possam avaliar por si próprias e decidir quem tem a melhor equipa e as propostas reais para solucionar os problemas da cidade que foram se amontoando, precisamente, pela inércia e incapacidade do PSD/CDS", sublinhou.
O encontro decorreu no Largo da Restauração, no coração da cidade, e serviu para assinalar o arranque oficial da campanha autárquica. Juntou os candidatos do JPP pelos vários concelhos, os candidatos às juntas de freguesia do Funchal, à Assembleia Municipal e à vereação.
Fátima Aveiro, a candidata independente que lidera a lista do JPP, o secretário-geral do partido e candidato à liderança da Assembleia Municipal do Funchal, Élvio Sousa, usaram da palavra para as habituais palavras de ordem e apelos à mobilização dos militantes e simpatizantes.
"Convidamos a população a fazer parte da história e da mudança de que o Funchal precisa para podermos cuidar melhor dos nossos e menos dos interesses instalados", declarou a candidata. "O PSD/CDS tem 40 anos à frente da Câmara do Funchal, se em 40 anos não fizeram o que deviam ter feito, porque razão as pessoas devem acreditar que agora é que é?" – pergunta.
Fátima Aveiro destacou os eixos centrais do seu programa. "É um documento com propostas para resolver as necessidades das pessoas, produzido com os contributos de especialistas das mais diversas áreas, mas consagra também muitas das sugestões e preocupações que fomos ouvindo em todas as freguesias", sustenta.
"Não se trata de um conjunto com ideias avulsas, repetidas em 2021 e agora em 2025. Não iludimos as pessoas, quem coordenou a política do Governo Regional nos últimos 10 anos e não se lhe conhece uma ideia, não é agora na Câmara que fará. Nós apresentamos um projeto, escrito, temos uma equipa de pessoas com carreiras profissionais sólidas, que não dependem da política, nem vamos receber orientações da Quinta Vigia", frisou.
De entre os 12 eixos centrais plasmados nas 20 páginas do programa, Fátima Aveiro colocou a tónica na habitação, utilizando património municipal e regional, como terrenos e casas devolutas, com recurso aos fundos financeiros nacionais, europeus e do próprio município. A redução do custo de vida abrindo o Funchal à entrada de novas cadeias do retalho alimentar, como o Lidl, para introduzir concorrência e permitir aos funchalenses acederem a produtos alimentares de boa qualidade e a preços mais acessíveis. Soluções inovadoras para o resolver o caos que se instalou no trânsito, recorrendo e meios de transportes limpos, eficientes e mais económicos, reduzindo a dependência do automóvel particular. Combate à pobreza e à exclusão social. "Ajudar verdadeiramente quem precisa", solucionar o problema das pessoas em condição de sem-abrigo, que aumentou de 112 sinalizadas em 2023 para 177 em 2025. Cuidar da limpeza, jardins e espaços públicos. Governação e gestão transparentes, criando uma plataforma dos avisos do município para que todos os empresários e empresas possam concorrer em pé de igualdade, e não apenas alguns.
"Hoje, no Funchal, estamos a reforçar todas as condições para fazer do JPP um movimento político e partidário de todos os autonomistas", sublinhou, por outro lado, Élvio Sousa. "Uma frente cívica plural que junte cidadãos com e sem participação partidária, para fazer do JPP uma verdadeira alternativa ao poder comodamente instalado. O reforço nas autárquicas é essencial para o fortalecimento e afirmação do único partido da Madeira nesta candidatura às autárquicas".
Numa alusão ao trabalho que o JPP tem desenvolvido na Assembleia da República apenas com um único deputado, o líder máximo do partido puxou pela plateia. "Nós não queremos políticos vergados ao poder central quando está em causa os direitos adquiridos pelos madeirenses", sublinhou. "O caso recente da recusa de um fundo de garantia que faria com que os madeirenses pagassem, apenas, 79 e 59 euros é elucidativo. Rasgaram a Constituição e o Estatuto Político-Administrativo e vergam-se ao Estado totalitário. O PSD-M está refém do PSD continental, aprendeu a ser mandado, e agora quer fazer o mesmo com os seus candidatos às câmaras: serem os procuradores da Quinta Vigia, numa ofensiva à autonomia do poder local".