"O Doente Imaginário" sobe ao palco no Estreito
A história de um hipocondríaco escrita por Moliére e adaptada pela OFITE
A OFITE – Oficina de Teatro do Estreito, sob a direção artística de Zé Abreu, "apresenta a célebre comédia 'O Doente Imaginário', de Molière, no Centro Cívico do Estreito de Câmara de Lobos", informa em nota divulgada esta quarta-feira. "A estreia está marcada para o dia 25 de Setembro, às 21h00". As restantes reapresentações terão lugar em sessões duplas "a 27 de Setembro (19h00 e 21h00) e 28 de Setembro (17h00 e 19h00). Os bilhetes custam 2 euros e podem ser reservados através do contacto 291 910 040".
Sobre a peça, conta a OFITE que foi "escrita em 1673" e é uma "obra-prima do teatro francês" que "retrata Argão, um homem hipocondríaco, obcecado com a própria saúde e disposto a casar a filha com um médico apenas para garantir cuidados permanentes, em benefício próprio. Entre o riso e a crítica, Molière expõe com mordacidade as fragilidades da medicina da época, os interesses pessoais e as tensões familiares, num texto que mantém plena atualidade", conta.
E explica mais: "Apesar da adaptação do texto, a encenação da OFITE respeita a essência do original, destacando o valor literário e teatral da peça, mas também criando pontes com a contemporaneidade, desafiando o público a refletir, sempre com o humor inconfundível de Molière."
Aliás, frisa, "mais do que um simples espetáculo, a revisitação a este texto clássico é uma afirmação de que o teatro, quando é feito com paixão e rigor, permanece intemporal. Argão, o hipocondríaco obcecado com a própria saúde, não é apenas uma caricatura do passado: é um espelho da nossa sociedade atual, onde o medo, o interesse e a obsessão ainda ditam escolhas e relações. Entre risos e reflexões, Molière continua a pôr o dedo na ferida".
'O Doente Imaginário' é "um clássico que continua a fazer rir, combinando humor, crítica social e uma reflexão profunda sobre a condição humana. Foi também a última peça, escrita e representada por Molière, que subiu ao palco, como ator, já gravemente doente e faleceu poucas horas após uma das apresentações — facto que reforça a aura lendária da obra", relembra.
Refira-se que a OFITE, que está "integrada atualmente na Associação Cultural e Recreativa do Estreito (ACRE), define-se como grupo de Teatro e Comunidade tem vindo, desde 2016, a afirmar-se como uma das mais consistentes companhias de teatro amador da Região Autónoma da Madeira", sendo que "ao longo dos anos, a companhia tem construído um percurso sólido, com produções que vão do clássico ao contemporâneo. Entre os trabalhos apresentados destacam-se obras de autores consagrados como Federico García Lorca; Fernando Pessoa, Ésquilo; Gil Vicente; Bernardo Santarém, Júlio Dinis ou José Saramago", realça.
Nestes 9 anos, a OFITE já levou "a palco 18 produções, atravessando diversos géneros teatrais – da comédia ao drama, da farsa à tragédia, incluindo revista e performances poéticas – e explorando um vasto repertório de autores, desde os clássicos aos contemporâneos, assim como adaptações criativas de textos não convencionais", conclui.