Catorze candidaturas disputam principal município da Madeira
Catorze candidaturas disputam a Câmara Municipal do Funchal, a principal e mais populosa da Madeira, nas eleições autárquicas de 12 de outubro, um número superior aos anteriores sufrágios.
Pela coligação PSD/CDS-PP, que governa o executivo após oito anos chefiados por coligações lideradas pelo PS, o cabeça de lista é Jorge Carvalho, que ocupa o cargo de secretário regional da Educação no executivo madeirense (PSD/CDS-PP) desde 2015, quando o social-democrata Miguel Albuquerque foi eleito pela primeira vez.
O candidato compromete-se a trabalhar para "um Funchal sempre melhor para todos", que responda às necessidades dos residentes, visitantes e também dos que trabalham no concelho.
Inicialmente, o nome anunciado foi o de José Luís Nunes, médico que preside à Assembleia Municipal do Funchal desde 2021, mas entretanto saiu da corrida alegando motivos pessoais.
O deputado socialista Rui Caetano, que já foi líder parlamentar na Assembleia Legislativa Regional, é a aposta do PS para o município, onde também já foi vereador. O PS, que tem concorrido coligado nos últimos anos, apresenta desta vez uma candidatura individual.
Rui Caetano aceitou o desafio eleitoral porque "nunca iria virar as costas nem ao partido, nem à cidade" num momento difícil para o PS, que vive "uma crise de resultados" (passou de segunda para terceira força política nas legislativas regionais), e aponta como uma das suas prioridades a habitação.
Fátima Aveiro, ex-presidente do Banco Alimentar Contra a Fome da Madeira, encabeça a candidatura do Juntos Pelo Povo (JPP), que começou como movimento de cidadãos e atualmente é líder da oposição no parlamento regional.
Diz que decidiu aceitar o desafio do JPP como candidata independente por considerar que "as pessoas precisam de mudança", admitindo não se rever no "atual modelo, que está gasto".
A candidatura do Chega é encabeçada por Luís Filipe Santos, inspetor superior da Autoridade Regional das Atividades Económicas desde 2005 e ex-militante do PSD, com o lema de "ouvir os cidadãos".
Pelo PAN, a candidata é a ex-deputada regional única e porta-voz do partido na região Mónica Freitas, que assumiu na apresentação da candidatura ter como mote "fazer diferente pelos funchalenses".
O dirigente comunista e ex-deputado no parlamento da Madeira Ricardo Lume é o cabeça de lista da CDU (PCP/PEV) à autarquia, com "o compromisso de devolver o Funchal à sua população, após sucessivos mandatos marcados por políticas municipais que não têm respondido de forma eficaz aos reais problemas e aspirações de quem vive e trabalha na capital madeirense".
Já o BE apresenta a coordenadora regional, Dina Letra, com a "ambição de fazer diferente", tendo definido cinco eixos prioritários para a cidade: habitação; mobilidade, acessibilidades e ordenamento do território; mais justiça fiscal e social; sustentabilidade ambiental; causa animal e alterações climáticas; e cultura e cidadania.
O Livre escolheu a profissional de cultura madeirense Marta Sofia, que tem sido o rosto do partido nos últimos atos eleitorais na região. A candidata recusa atender a "interesses instalados" e tem como objetivo "servir as pessoas, a ecologia e o futuro", defendendo que "o Funchal precisa de coragem para mudar".
A candidatura da Iniciativa Liberal é encabeçada pela consultora imobiliária Sara Jardim, que defende que o Funchal precisa de ser "um concelho com habitação, serviços públicos que funcionem e liberdade para quem quer viver" no município, "nomeadamente os mais jovens".
O cabeça de lista do ADN, Miguel Pita, líder do partido na região e gerente hoteleiro de profissão, propõe-se a defender "o superior interesse da população detrimento de interesses pessoais e político-partidários dos intervenientes".
Válter Rodrigues, coordenador do MPT na Madeira, encabeça a candidatura do partido tendo como principais propostas a regulação do alojamento local e a construção de mais habitação acessível.
Pelo PTP, Raquel Coelho, a líder nacional e regional do partido, salienta que as "pessoas reais [...] merecem a candidatura do Partido Trabalhista Português", referindo que o Funchal é marcado por duas realidades: a zona central, onde "quase tudo é cor-de-rosa", e as zonas altas, onde "falta tudo".
A coordenadora regional da Madeira do RIR, a enfermeira Liana Reis, encabeça, por seu turno, a lista do partido reconhecendo que a "conquista de um lugar na vereação" da Câmara do Funchal "é muito pouco provável". O principal objetivo é a Junta de Freguesia do Monte.
A Nova Direita apresenta o líder regional, Paulo Azevedo, que estabeleceu como prioridade criar condições para reforçar a oferta de casas e, simultaneamente, melhorar a gestão da empresa municipal SocioHabita, responsável pelo parque de habitação social do concelho.
O Funchal, o município mais populoso da Região Autónoma da Madeira, com 108.129 habitantes em 2024 (dados oficiais), é composto por 10 freguesias.
Nas últimas eleições autárquicas, em 2021, a coligação PSD/CDS-PP venceu a autarquia, elegendo seis mandatos, enquanto a coligação liderada pelo PS, que detinha a presidência, elegeu cinco vereadores.
O município foi inicialmente presidido neste mandato pelo social-democrata Pedro Calado, que saiu em janeiro do ano passado após um processo judicial sobre suspeitas de corrupção.
A coligação PSD/CDS-PP também assegurou maioria absoluta na Assembleia Municipal.
Nesse sufrágio concorreram ao executivo três coligações (PSD/CDS-PP, CDU e outra composta por PS/BE/PAN/MPT/PDR) e seis listas de um único partido: Chega, JPP, IL, PTP, Livre e PPM.