Um minuto de silêncio assinala bomba atómica sobre Nagazaki há 80 anos
Um minuto de silêncio foi respeitado hoje em Nagasaki, na hora da explosão atómica que atingiu a cidade japonesa há 80 anos, enquanto o sino restaurado de uma igreja tocava pela primeira vez desde o ataque.
Em 09 de agosto de 1945, às 11:02, três dias depois de Hiroshima, Nagasaki sofreu igualmente o horror de uma bomba nuclear. Cerca de 74.000 pessoas morreram na cidade portuária do sudoeste do país, somando-se às 140.000 vítimas de Hiroshima.
Quando a cidade assinala o ataque atómico dos Estados Unidos há 80 anos, os sobreviventes do ataque trabalham para tornar a sua cidade natal o último lugar na Terra a ser atingido por uma bomba nuclear.
Hoje, os sobreviventes idosos, cujo número caiu para 99.130, e é agora cerca de um quarto do número original, com uma idade média acima dos 86 anos, preocupam-se com o enfraquecimento da memória.
"Temos de manter registos dos danos causados pelo bombardeamento atómico aos sobreviventes e das suas histórias de vida", afirmou à agência Associated Press (AP) Teruko Yokoyama, uma mulher de 83 anos membro de uma organização de Nagasaki que apoia os sobreviventes.
Menos de uma semana depois do bombardeamento de Nagasaki, o Japão rendeu-se em 15 de agosto de 1945, encerrando a Segunda Guerra Mundial e quase meio século de agressão do país em toda a Ásia.
Nagasaki acolheu esta sexta-feira um "fórum da paz", onde sobreviventes compartilharam histórias com mais de 300 jovens de todo o país.
Hoje, quando às 11:02, se iniciou o minuto de silêncio depois do som de ser tocado o "sino da paz", cerca de 3.000 pessoas, incluindo representantes de 95 países, reuniam-se no Parque da Paz de Nagasaki, numa cerimónia que conta com a presença do prefeito da cidade, Shiro Suzuki, e do primeiro-ministro, Shigeru Ishiba.
Nagasaki convidou representantes de todos os países para participar da cerimónia. A China notificou a cidade que não estaria presente, sem fornecer um motivo.
A cerimónia do ano passado gerou controvérsia devido à ausência do embaixador dos Estados Unidos e de outros enviados ocidentais em resposta à recusa da cidade japonesa em convidar Israel.