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Madeira

Desigualdade de rendimentos na Madeira é inferior à média nacional

RAM baixa para 29,5% o coeficiente de Gini em 2024, o que acontece pela primeira vez desde esta série estatística. Lisboa e Açores são as regiões do país com as maiores assimetrias ao nível de salários

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O indicador do coeficiente de Gini, que calcula as desigualdades de rendimentos entre a população, atingiu os 29,5% na Região Autónoma da Madeira (RAM) em 2024, uma descida de 1,6 p.p. face a 2023, sendo este o valor mais baixo da série disponível pela Direcção Regional de Estatística da Madeira (DREM), sendo a primeira vez em que se situa abaixo dos 30%.

O coeficiente de Gini e o rácio S80/S20, permitem fazer a avaliação da assimetria na distribuição de rendimentos na RAM e no país, reflectindo as diferenças de rendimentos entre todos os grupos populacionais. Sintetiza num único valor a assimetria da distribuição de rendimentos, assumindo valores entre 0 (quando todos os indivíduos têm igual rendimento) e 100 (quando a totalidade do rendimento está concentrada num único indivíduo).

Na RAM, em 2024, este indicador fixou-se em 29,5% (-1,6 p.p. face ao ano precedente), valor mais baixo da série disponível, sendo a primeira vez em que este coeficiente se situa abaixo dos 30%, refere a DREM. "A nível nacional, o coeficiente do Gini também registou uma diminuição, de 1,0 p.p., passando de 31,9% em 2023 para 30,9% em 2024, mantendo-se assim a situação observada nos dois anos anteriores, nos quais a RAM se encontrava abaixo do valor nacional, ou seja, com menor desigualdade de rendimentos", observa.

No conjunto das nove regiões NUTS II, apenas o Centro (28,7%) e o Oeste e Vale do Tejo (29,4%) apresentaram um coeficiente de Gini inferior ao da RAM, enquanto a Península de Setúbal surge com um valor idêntico (29,5%). A Grande Lisboa foi a região que apresentou maior desigualdade (32,9%), seguida pela RAA (31,5%), sendo as únicas regiões com coeficiente de Gini superior ao valor nacional.

Em comparação com 2023, apenas o Oeste e Vale do Tejo (+0,6 p.p.) e o Alentejo (+0,4 p.p.) registaram aumentos neste indicador. A Grande Lisboa manteve-se inalterada, enquanto todas as restantes regiões apresentaram decréscimos, destacando-se a RAA (-2,3 p.p.) e a Península de Setúbal (-1,8 p.p.), cujas reduções foram superiores à observada na RAM (-1,6 p.p.).

"O rácio S80/S20, definido como o rácio entre a proporção do rendimento total recebido pelos 20% da população com maiores rendimentos e a parte do rendimento auferido pelos 20% de menores rendimentos, atingiu em 2024 o valor de 4,6 (4,9 em 2023), valor mais baixo da série disponível", lê-se na DREM. No País, este indicador também diminuiu, passando de 5,2 em 2023 para 4,9 em 2024.

Por regiões, o Centro apresentou o menor rácio (4,3), enquanto a Grande Lisboa registou o valor mais elevado (5,4), seguida pela RAA (5,0).

No Norte e no Oeste e Vale do Tejo este indicador fixou-se abaixo da média nacional com 4,7, seguindo-se a Península de Setúbal, o Alentejo, o Algarve e a RAM, todos com 4,6, posicionando-se ex-áqueo como a segunda região com o rácio S80/S20 mais baixo.

Face a 2023, todas as regiões diminuíram a desigualdade refletida por este indicador, exceto o Oeste e Vale do Tejo (+0,4) e o Alentejo (+0,1) que registaram um agravamento. A RAA apesar de ser a segunda Região com maior desigualdade em 2024, foi a que registou a maior diminuição (-0,9), seguida pela Península de Setúbal com uma quebra de 0,7, refere a DREM.