Taxa de risco de pobreza na Madeira cai pelo terceiro ano consecutivo e aproxima-se da média nacional
A taxa de risco de pobreza atingiu os 16,5% no ano passado, -2,5 pontos percentuais (p.p.) face a 2023. Em termos da curta série disponível, este é o valor mais baixo na RAM desde 2017, sendo que entre 2017 e 2024, a discrepância da RAM para com o País, passou de 10,2 p.p. para apenas 1,2 p.p..
A Direcção Regional de Estatística da Madeira (DREM) divulga, esta quinta-feira, os dados da edição de 2025 do Inquérito às Condições de Vida e Rendimentos das Famílias, entre os quais a taxa de risco de pobreza, que corresponde à proporção da população cujo rendimento equivalente se encontra abaixo da linha de pobreza, ou seja, dos 8 679 euros anuais, que corresponde a 60% do rendimento monetário líquido anual mediano por adulto equivalente para Portugal.
No País, a linha de pobreza nacional foi de 15,4% no País em 2024 (menos 1,2 pontos percentuais – p.p. – face a 2023), sendo que na RAM atingiu os 16,6% (-2,5 p.p. que em 2023).
Por região NUTS II, o valor mais baixo neste indicador foi registado na Grande Lisboa (12,2%) e o mais elevado no Alentejo (17,9%), que pela primeira vez ultrapassa as ilhas com o maior indicador de risco de pobreza.
"Estes resultados marcam uma diferença significativa com as edições anteriores do ICOR, em que as Regiões Autónomas surgiram sempre como as regiões com a taxa de risco de pobreza mais elevada", assinala a DREM. Além do Alentejo (17,9%) e da Região Autónoma dos Açores (RAA) (17,3%), também o Oeste e Vale do Tejo (17,2%) e o Centro (17,0%) apresentam valores superiores à RAM, pelo que a RAM surge numa posição intermédia no ranking da taxa de risco de pobreza calculada com linha de pobreza nacional no contexto das 9 regiões NUTSII.
Apenas as regiões Centro (+1,0 p.p.), Oeste e Vale do Tejo (+1,2 p.p.) e Alentejo (+2,1 p.p.) registaram aumentos face a 2023. A região do País com maior redução da taxa de risco de pobreza foi a RAA (-6,9 p.p.), seguida da Península de Setúbal (-3,0 p.p.), da RAM (-2,5 p.p.) e do Norte (-2,4 p.p.).
A taxa de risco de pobreza pode também ser calculada com base nas linhas de pobreza regionais, que têm a vantagem de refletir diferentes condições socioeconómicas, nomeadamente, diferentes níveis de custo de vida. Em cada região NUTS II, a linha de pobreza regional corresponde à proporção de habitantes nessa região que vivem com rendimentos monetários disponíveis equivalentes inferiores a 60% da mediana da distribuição dos rendimentos monetários disponíveis equivalentes dessa mesma região.
A linha de pobreza regional passou de 7 240 euros anuais em 2023 para 8 469 euros em 2024, correspondente a 60% da mediana do rendimento por adulto equivalente na Região (12 066 euros em 2023 e 14 115 euros em 2024).
A taxa de risco de pobreza calculada com base nas linhas de pobreza regional da RAM, que corresponde a 60% do rendimento monetário líquido anual mediano por adulto equivalente na Região, fixou-se em 15,6%. Neste indicador, o Algarve (14,3%) registou o valor mais baixo, seguido do Norte (15,0%), Alentejo (15,1%), Centro (15,2%) e RAM (15,6%), explicita a DREM.
A Grande Lisboa (18,1%) e a Península de Setúbal (17,6%) surgem com os valores mais elevados, seguidas pelo Oeste e Vale do Tejo (15,8%) e pela RAA com 15,7%.
Taxa de risco de pobreza ou exclusão social na RAM em 2025 reduziu-se para os 20,5%
A estratégia Europa 2030 define, entre outros objectivos, a redução do número de pessoas em risco de pobreza ou exclusão social na União Europeia em, pelo menos, 15 milhões de pessoas até 2030, incluindo pelo menos 5 milhões de crianças.
A mesma estratégia define um indicador de monitorização da população em risco de pobreza ou exclusão social, que conjuga as condições de pobreza relativa, de privação material e social severa e de intensidade laboral per capita muito reduzida. Em conformidade com a convenção europeia, o indicador toma como referência o ano a que respeita a situação material e social severa, apesar do risco de pobreza relativa ser o elemento determinante na sua trajetória.
Assim, na RAM, a taxa de risco de pobreza ou exclusão social em 2025 (reportando-se a rendimentos de 2024) foi de 20,5%, reflectindo uma diminuição de 2,4 p.p. face a 2024, fixando-se no valor mais baixo desde que o ICOR tem representatividade regional.
"A média nacional situou-se nos 18,6%, diminuindo 1,1 p.p. face ao ano anterior. A RAA registou o valor mais alto (21,6%), seguida da RAM (20,5%) e do Oeste e Vale do Tejo (20,4%), enquanto a Grande Lisboa (16,0%) e o Algarve (17,1%) evidenciavam as taxa mais baixas e constituíam-se como as únicas regiões abaixo da média nacional. Comparativamente a 2024, o maior aumento ocorreu no Oeste e Vale do Tejo (+1,3 p.p.) e a maior queda na RAA (-6,8 p.p.)", revela a DREM.