Despesa em Investigação e Desenvolvimento na Madeira cresceu 39,3% em 2023
Passou de quase 24 milhões para pouco mais de 33 milhões de euros na RAM
A despesa em investigação e desenvolvimento na Madeira subiu mais de 9 milhões de euros entre 2022 e 2023, um crescimento percentual significativo acima de 39% num ano. A verdade é que a Madeira continua a investir pouco no desenvolvimento e na investigação, tendo em conta o seu Produto Interno Bruto.
O peso da despesa em investigação e desenvolvimento (I&D) no Produto Interno Bruto (PIB) em 2023 na Região Autónoma da Madeira "foi de 0,48%, mais 0,10 pontos percentuais (p.p.) que em 2022, ano em que este indicador se fixou em 0,38%", ainda assim bem longe do peso na "Grande Lisboa (2,08%)" e no "Norte (2,00%)", que "apresentam-se como as regiões com melhor performance neste indicador. Substancialmente abaixo da média nacional (1,70%), mas relativamente próximas entre si, surgem as regiões da RAM (0,48%), RAA e Algarve (ambas com 0,49%)".
Na análise divulgada pela Direção Regional de Estatística (DREM) temos a "proporção de pessoal ao serviço (equivalente a tempo integral – ETI) em actividades de I&D na população activa era, em 2023, na RAM, de 5,9 em cada mil activos, representando uma subida em relação ao ano anterior (4,7‰). Por sua vez, o rácio para os investigadores fixou-se nos 0,39% (0,33% em 2022)", refere.
No ano em análise, foram contabilizadas na Região "78 unidades de investigação (-2 que em 2022), que empregavam 769 pessoas (ETI), mais 172 face ao ano anterior", realça. "A maior parte destes efetivos concentrava-se nas Empresas (55,4%), seguindo-se o Estado (22,0%), onde está incluída a Administração Pública Regional e a Administração Local, o Ensino Superior (21,2%) e, por fim, as Instituições Privadas sem Fins Lucrativos (1,4%)".
Por fim, o valor da despesa em I&D, que "rondou, em 2023, os 33,3 milhões de euros, +39,3% que no ano precedente (23,9 milhões de euros). Neste ano, foram as Empresas que lideraram as atividades de I&D na RAM no que se refere à despesa executada, realizando 56,9% da despesa naquela vertente, seguidas do Estado (23,1%), do Ensino Superior (19,2%) e das Instituições privadas sem fins lucrativos (0,8%). De sublinhar que, desde o início da série e pelo quinto ano consecutivo, as empresas concentram a maior fatia de despesa em I&D, posição antes ocupada pelo Ensino Superior (entre 2003 e 2018)", destaca a DREM.
Mais, salienta, "em todos os anos da série com dados disponíveis, o Estado tem-se apresentado como o principal financiador da despesa em I&D na RAM, no entanto, pela primeira vez as empresas concentraram o maior valor (47,4%) do total em 2023, seguidas do Estado com 46,8%. O financiamento das Empresas foi de 15,8 milhões de euros, +65,8% que em 2022", o que é um indicador de que algo está a mudar na perspectiva das empresas madeirenses.
Isto porque, "No ano em referência, a área científica ou tecnológica onde foi realizada mais despesa em I&D, na RAM, foi a das ciências sociais, humanidades e artes", salienta. "Com efeito, em 2023, a despesa realizada em I&D na área das ciências sociais, humanidades e artes situou-se nos 4,1 milhões de euros (+69,4% que em 2022), seguindo-se as ciências naturais, com 3,5 milhões de euros (+36,5% em relação ao ano transato), e as ciências exatas, com 2,5 milhões de euros (+0,6% face a 2022)", conclui.