Pelo menos 22 migrantes mortos e 436 devolvidos do Mediterrâneo para a Líbia numa semana
Pelo menos 22 corpos de migrantes foram recuperados nas costas da Líbia entre 26 de outubro e 01 de novembro, e 436 pessoas vivas foram devolvidas aquele país em igual período, segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM).
Isto, após as embarcações em que os migrantes viajavam terem sido intercetadas no Mediterrâneo.
No seu relatório semanal, a OIM precisou que entre os 436 migrantes devolvidos à Líbia, país que muitas organizações internacionais consideram como "não seguro" para este grupo, encontravam-se 14 menores, 32 mulheres e 390 homens, enquanto outras oito pessoas permanecem desaparecidas.
O número de migrantes devolvidos aquele país do Norte de África durante esta semana diminuiu em comparação com a semana de 19 a 25 de outubro, na qual a organização registou um total de 1.273 pessoas que tiveram de regressar à Líbia.
A OIM salientou que, desde o início deste ano até 1 de novembro, foram devolvidos à Líbia 22.945 migrantes, entre eles 846 menores, 19.883 homens e 2.008 mulheres, enquanto que das 208 pessoas restantes não foi especificado o seu género nem grupo etário.
Durante o mesmo período, 545 pessoas perderam a vida na rota marítima do Mediterrâneo Central, considerada como a "mais perigosa do mundo" pela OIM, enquanto 499 permanecem desaparecidas.
A agência da ONU para os refugiados (ACNUR) indicou nos seus últimos dados publicados que, entre as 59.110 pessoas que alcançaram as costas italianas até 02 de novembro desde o norte de África no decurso deste ano, 52.356 saíram da Líbia.
Na passada terça-feira, a Meia-Lua Vermelha da Líbia informou que foram recuperados de 18 cadáveres e resgatados com vida de cerca de 90 migrantes perto do porto de Surman, no oeste do país, após receber uma notificação das autoridades sobre o naufrágio de uma embarcação que tentava chegar à Europa.
Posteriormente, o Ministério Público da Líbia emitiu uma ordem para deter vários indivíduos supostamente envolvidos no acidente, após "interrogar os sobreviventes, realizar autópsias e visitar os locais dos acontecimentos".
Desde a queda do regime de Muammar Gaddafi, em 2011, a Líbia entrou num período de instabilidade política que transformou o país no principal ponto de partida da rota migratória do Mediterrâneo Central e num lugar de trânsito massivo de migrantes rumo à Europa, que vêm principalmente dos países da África subsaariana.