O acidente vascular cerebral (AVC) é uma das principais caudas de morte e incapacidade em Portugal.
Aprenda, através deste Explicador, como reduzir os factores de risco e a reconhecer os sintomas.
O que é um AVC?
Um artigo da DecoProteste explica que o AVC ocorre quando o rnecimento normal de sangue ao cérebro é interrompido, devido ao bloqueio , o chamado AVC isquémico, ou à rutura de uma artéria, o AVC hemorrágico.
Seja isquémico, o mais comum, ou hemorrágico, o resultado é o mesmo: uma parte do cérebro deixa de ser devidamente irrigada, o que provoca perda súbita da função neurológica. "A pessoa pode, por exemplo, apresentar dificuldade em falar ou ficar paralisada em metade do corpo", explica a Deco.
"Esta é a doença vascular cerebral mais frequente no mundo: uma em cada 4 a 6 pessoas terá um AVC na vida, apontam as estimativas", acrescenta.
Quais as funções afectadas?
O cérebro controla várias funções corporais, tais como:
- função motora;
- equilíbrio;
- linguagem;
- visão.
As manifestações de um AVC vão depender da zona do cérebro lesada e da extensão dos danos causados pela falta de irrigação.
"Algumas sequelas do AVC podem ser mais ligeiras, outras mais graves, algumas são reversíveis e outras permanentes, mas todas podem afetar a qualidade de vida do doente", dá conta, referindo que as manifestações mais comuns são os distúrbios da função motora que incluem, por exemplo, "fraqueza dos membros de um lado do corpo, problemas de postura e dificuldade em andar. A capacidade de raciocínio, a memória e a linguagem também podem ser afectadas."
Podem também existir alterações de humor e comportamento, como a apatia, ansiedade e depressão, e alterações sensoriais, como dor neuropática.
As terapias de reabilitação são fundamentais para recuperar as funcionalidades afectadas. Nos casos mais graves, o AVC pode levar à morte ou deixar sequelas, como perda de capacidades e estados de dependência total.
Quem corre maior risco de sofrer um AVC?
Qualquer pessoa pode sofrer um AVC. Apesar de existirem factores de risco incontornáveis, há outros que, mediante controlo e tratamento adequado, podem minimizar e ter menos impacto no risco de AVC.
- sedentarismo;
- hipertensão arterial e fibrilação auricular;
- tabagismo;
- colesterol elevado;
- diabetes;
- excesso de peso;
- consumo excessivo de sal e de bebidas alcoólicas;
- uso de drogas ilícitas.
Seguir uma alimentação saudável, rica em legumes, fruta e cereais e pobre em sal, açúcares e gorduras saturadas, associada à pratica regular de exercício físico, é um ponto de partida para prevenir um AVC.
Os fumadores devem também procurar ajuda para deixar o tabaco.
"Nos casos em que o acidente vascular cerebral resulta de doenças crónicas subjacentes, como a aterosclerose ou as arritmias cardíacas, é essencial um acompanhamento médico regular para diminuir o risco de novos episódios", esclarece a Deco.
Sinais de alerta
Existem três sinais de alerta que permitem reconhecer um AVC. São vulgarmente conhecidos por '3F' - face, fala e força.
- desvio da face (boca ao lado);
- perda da fala ou dificuldade na fala;
- falta de força num membro (braço ou perna).
Além destes sintomas, podem ocorrer, subitamente, outras manifestações, como:
- dormência (sensação de formigueiro) num braço ou numa perna;
- alterações da marcha ou desequilíbrio;
- visão dupla ou perda do campo de visão;
- confusão mental;
- dor cabeça intensa e súbita e, em alguns casos, perda de consciência.
Saiba identificar os '3F'
Na presença de sinais suspeitos de AVC, a Deco recomenda que peça à pessoa sorrir e para levantar os braços, e tente conversar. Se o sorriso for assimétrico, se só conseguir levantar um braço ou se tiver dificuldade em falar, ligue de imediato para o 112.
Registe a hora, para saber indicar quando o AVC teve início. Colaborar com os profissionais do Centro de Orientação de Doentes urgentes (CODU) é fundamental para uma triagem e encaminhamento correctos de todas as situações suspeitas de AVC.
"Tenha em consideração que o acidente vascular cerebral é sempre uma emergência médica que deve ser atendida o mais rapidamente possível. A evolução e o prognóstico são melhores em doentes que beneficiam de cuidados de saúde adequados nas primeiras horas após o evento. Em regra, quanto menor for o período entre o aparecimento dos primeiros sintomas e o início do tratamento, menor será o risco de mortalidade e de complicações pós-AVC. O tratamento rápido e adequado na fase aguda pode reduzir as taxas de morte e incapacidade em 50 por cento", informa.