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Eleições Autárquicas Madeira

CDU foi a São João Lembrar a "zona dos esquecidos"

Partido investe na rua para transformar trabalho em votos

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Foto Rui Silva, Aspress

Transformar trabalho em votos é o desejo da CDU, que esta manhã esteve em São João para recordar promessas esquecidas pelos governantes e reivindicar acessibilidades, estacionamento e bocas-de-incêndio para servir os cerca de 200 moradores do local. “Quando foi preciso lutar, foi com a CDU que puderam contar”, lembrou Ricardo Lume. “Agora, na hora do voto, é fundamental votar CDU”.

À volta de duas dezenas de pessoas juntaram-se com bandeiras para a acção de campanha junto à capela, no lado menos conhecido daquela zona. “Estamos aqui em São João, basicamente no centro do Funchal, onde existe, do outro lado da margem da ribeira, o Funchal resort e aqui é a zona dos esquecidos”, criticou. “Aqui é a zona onde falta quase tudo. Não há lugar para os moradores estacionarem, não existem bocas de incêndio aqui no alto de São João e a promessa de uma via rodoviária que iria garantir a ligação até à Renault continua há décadas por concretizar”, denunciou o cabeça-de-lista à Câmara Municipal do Funchal (CMF), que quer a CDU presente na vereação da CMF, na Assembleia Municipal e na Assembleia de Freguesia.

Ricardo Lume promete que com o voto nos comunistas a população terá voz nas reuniões de câmara. “A voz que não falha durante o ano inteiro, que está aqui sempre presente, todos os dias quando é preciso lutar. Não aparecemos apenas na altura das eleições”, lembrou, fazendo o contraponto com os partidos que prometem e só estabelecem contacto nestas ocasiões.

Os comunistas dizem que os funchalenses sentem que o Funchal já não é deles, apesar de continuarem a pagar impostos e a financiar o orçamento do Município. “Estão a ser puxados para fora da cidade”, critica.

O dirigente esteve no terreno com Edgar Silva, que se manteve em segundo plano, e também com a candidata à Junta de Freguesia, Elisa Mendonça. Diz que são sempre bem recebidos no porta-a-porta, que as pessoas reconhecem que quando é preciso lutar é com a CDU.

“Agora o que é preciso é transformar esse reconhecimento em voto. Muitas vezes essa fase de passar do reconhecimento ao voto ainda não aconteceu e é necessário que nestas eleições isso aconteça”. Um trabalho a fazer de ser de parte a parte, reconheceu.

Nestas eleições, cerca de 300 pessoas dão cara pela candidatura aos vários órgãos no Funchal. No dia-a-dia, uma meia centena faz a campanha da CDU, “um projecto dinâmico que congrega comunistas, ecologistas e outros democratas”. Divididos em várias equipas, levam a mensagem à população. O trabalho começa todos os dias cedo, visitam empresas e locais de trabalho. Durante a manhã a equipa já tinha estado nos centros de saúde de Santo António e Nazaré, bem como na empresa Horários do Funchal, na Estação de Transferência e Triagem dos Viveiros e nas oficinas da CMF. O dia contemplava ainda idas ao Bairro da Nazaré e às zonas altas de Santo António e São Roque. A terminar, um minicomício.

Nesta campanha, mais do que distribuir papéis, a aposta é no contacto com as pessoas para garantir o reconhecimento do trabalho da coligação que junta o PCP, e o Partido Ecologista Os Verdes. Até outras forças partidárias reconhecem o trabalho realizado, frisou Ricardo Lume. “É com a CDU que podem contar”.

Segundo o candidato, foi com a CDU que se concretizaram as bolsas de estacionamento no Curral Velho, em Santo António; que foi concretizado o alargamento da Travessa do Olival, em São Roque; e aberta a estrada da Vereda do Lombo da Quinta, em São Gonçalo. O alargamento da Vereda do Ribeiro Lavador, em Santo António, já está orçamentado. “Sem a obra começar, não podemos dar descanso”, disse Lume. E recordou o saneamento básico que está por garantir no Pico do Cardo, em Santo António, ou o caso das Escadinhas da Estrela, que tem uma ruptura no esgoto “há meses”.  

O candidato quer ser a voz do descontentamento, que a oposição na análise do comunista, não tem sido. “A CDU vai dar voz às populações e garantir que questões do dia-a-dia vão ser discutidas nas reuniões”.

Diz que basta olhar para a diferença nos investimentos nas zonas altas entre 2005 e 2017, quando a CDU teve um vereador na CMF, e os investimentos actuais. O que foi concretizado entre 2017 e 2021, acrescentou, foi feito com as propostas da vereação anterior dos comunistas.

Cumprido o porta-a-porta e prestadas as declarações à comunicação social, a campanha prosseguiu rua abaixo. Bandeiras vermelhas, azuis, amarelas e verdes, empunhadas, os carros com os megafones em som de fundo a oferecer “um voto em quem conhece, na honestidade e competência”, que resume a visão que a CDU quer passar de si.