Greve da Administração Pública com "boa adesão" na Madeira
Alexandre Fernandes sublinha que os trabalhadores madeirenses "têm motivos mais do que suficientes" para se manifestar e denuncia tentativas de desmobilização
A greve nacional da Administração Pública, convocada para esta sexta-feira, também está a ter efeitos na Madeira. Segundo Alexandre Fernandes, dirigente da União dos Sindicatos da Madeira (USAM), a adesão na Região "é boa".
"Logo no início do dia de greve, quando iniciamos a jornada de luta, à meia-noite, já tínhamos, sobretudo na Câmara do Funchal, no sector da limpeza urbana, uma adesão que rondava os 67%. Consideramos que é uma boa adesão”, afirmou Alexandre Fernandes.
O sindicalista referiu que ainda estão a ser recolhidos dados de outros serviços, nomeadamente na Saúde, Educação e Administração local, mas adiantou que "há valores muito interessantes de adesão à greve".
De acordo com o responsável, os motivos desta jornada de luta "são claros" e passam pela "valorização do trabalho e dos trabalhadores, melhores salários, progressão nas carreiras, a revogação do SIADAP, entre outras questões que afectam o dia-a-dia dos trabalhadores".
À frente do Palácio do Governo, onde está mobilizada uma manifestação, Alexandre Fernandes também denunciou aquilo que considera serem "tentativas de desmobilização" da greve por parte de alguns responsáveis públicos. "A senhora secretária da Saúde, ainda ontem, numa iniciativa pública, afirmou que não havia motivos para os trabalhadores do seu sector fazerem greve. Naturalmente, é a visão dela, respeitamos, mas não concordamos. A verdade é que há grandes motivos para a greve”, sublinhou.
Além disso, revelou que "houve directores de escolas que informaram os trabalhadores, ainda no final da tarde de ontem, de que não tinham recebido o pré-aviso de greve, e que quem aderisse hoje teria falta injustificada".
"Todos os pré-avisos foram enviados atempadamente a todos os serviços públicos da Região, desde o Governo Regional às secretarias, às empresas públicas e às câmaras municipais", garantiu Alexandre Fernandes.
"Essas tentativas, em vez de nos enfraquecerem, dão-nos ainda mais força e motivos para continuar a lutar", sublinhou.