Economia regional 'encaixa' 52 meses consecutivos no 'verde'
Em Julho de 2025, crescimento da economia regional acelerou face a Junho
Pelo 52.º mês consecutivo, a economia regional mantem-se em terreno positivo, ou seja com mais indicadores de crescimento do que de recuo face aos períodos homólogos. Desde Abril de 2021 até ao último mês de Julho de 2025 que o Indicador Regional de Actividade Económica (IRAE) não cai para terreno negativo, sendo que anteriormente permanecera um ano negativo, por causa da pandemia.
Não tivesse ocorrido este evento mundial disruptor, a economia da Madeira teria mantido, quiçá, o mesmo ritmo de crescimento que iniciara em Maio de 2013, interrompido 83 meses depois em Março de 2020. Foram quase 7 anos, pelo que por esta altura já se ultrapassou a metade do caminho para um novo máximo de crescimento medido em indicadores iniciado pela DREM faz este mês de Outubro oito anos (2017), mas com histórico desde março de 2006.
Assim, o IRAE "revela que a atividade económica da Região manteve a trajetória de crescimento (+2,5%), registando uma aceleração face ao mês precedente (+1,9%, que tinha sido semelhante ao de Junho)", sendo este o percentual mais alto desde Janeiro (+2,9%).
Conforme esclarece sempre a Direção Regional de Estatística da Madeira, "o objectivo do mesmo é sinalizar o comportamento da atividade económica, nomeadamente no que se refere à sua direção e magnitude das flutuações: se esta se encontra em terreno positivo ou negativo, as acelerações, desacelerações e a identificação de pontos de viragem", pelo que "o seu valor quantitativo, assume por isso uma importância secundária, não se apresentando o mesmo como um substituto da variação real do Produto Interno Bruto, a ser apurada com um conjunto mais variado e completo de informação estatística, muito embora haja uma forte correlação entre as duas variáveis".
Contudo, é de notar que o PIB da Madeira aumentou entre 2015 e 2019, diminuiu em 2020 e retomou o crescimento em 2021, 2022 e 2023, muito possivelmente terá crescido em 2024 e, quiçá, voltará a acrescer em 2025.
Síntese Económica de Conjuntura
A análise da situação económica da RAM, como nos restantes meses, é feita mediante 7 tópicos, com indicadores que são conhecidos e divulgados publicamente. Assim, em Julho de 2025 são tidos em conta estes indicadores.
Actividade Económica
- "Como anteriormente referido, a atividade económica regional manteve, em julho de 2025, a trajetória positiva de crescimento, evidenciando uma nova aceleração face ao mês precedente.
- O número de dormidas nos alojamentos turísticos cresceu 5,2%, ligeiramente abaixo dos 5,6% registados em junho último, enquanto os proveitos totais aumentaram 20,4%, também em desaceleração face aos 21,3% observados no mês precedente.
- A emissão de energia elétrica registou uma variação positiva de 1,4%, desacelerando face aos 2,1% verificados em junho. Já a introdução no consumo de gasóleo subiu 1,1%, mantendo a tendência de recuperação iniciada em maio anterior.
- Por sua vez, a relação entre sociedades constituídas e dissolvidas baixou para 3,2 novas sociedades por cada dissolução, valor inferior ao rácio de 5,2 registado em junho.
Indicadores Qualitativos
- Em julho de 2025, os indicadores de confiança evidenciaram evoluções positivas nos sectores da Construção e Obras Públicas, do Comércio e dos Serviços, enquanto na Indústria Transformadora se observou uma diminuição.
Consumo Privado
- A introdução no consumo de gasolina manteve a trajetória de crescimento, situando-se em 10,3%, valor ligeiramente inferior aos 10,9% registados em junho anterior. O saldo dos empréstimos para consumo e outros fins concedidos às famílias e às instituições sem fins lucrativos ao serviço das famílias aumentou 8,5%, praticamente em linha com a variação observada no mês anterior (8,6%).
- Os levantamentos e compras realizados através de terminais de pagamento automáticos (TPA) com cartões nacionais aumentaram 7,9%, reforçando a tendência positiva evidenciada em junho (7,3%).
- Por fim, as vendas de automóveis ligeiros de passageiros registaram um aumento de 4,4%, após as quebras observadas em abril (-28,1%), maio (-26,4%) e junho (-16,2%) últimos.
Investimento
- Os indicadores de investimento mantiveram uma evolução diferenciada. As vendas de automóveis ligeiros de mercadorias aumentaram 20,4%, invertendo a queda de 13,0% registada em junho.
- O saldo dos empréstimos concedidos a sociedades não financeiras agravou a contração para -4,1%, após a quebra de 1,8% verificada no mês anterior.
- A comercialização de cimento diminuiu 5,7%, atenuando a queda de 7,2% registada em junho.
- A avaliação bancária da habitação continuou a crescer, ainda que de forma mais moderada (+16,1% face aos +18,1% observados no mês anterior).
- O número de edifícios licenciados registou um aumento expressivo de 38,8%, acelerando em comparação com a variação nula observada em junho.
Procura Externa
- As exportações regionais registaram um crescimento de 63,4%, reforçando a variação de 55,4% alcançada em junho, enquanto as importações caíram 10,7%, após uma ligeira variação positiva de 0,1% no mês precedente.
- O movimento de mercadorias nos portos da Região decresceu 1,4% (4,8% em junho).
- O tráfego de passageiros nos aeroportos regionais aumentou 14,6%, ligeiramente abaixo dos 15,5% registados em junho.
- Os levantamentos e compras através de TPA efetuados com cartões internacionais cresceram 10,6%, evidenciando um abrandamento face ao mês anterior (13,1%).
Mercado de Trabalho
- O número de desempregados inscritos diminuiu 14,8%, após um recuo de 16,3% no mês anterior.
- Os pedidos de emprego registaram uma queda de 14,3%, inferior ao decréscimo de 15,8% observado em junho.
- As ofertas de emprego aumentaram 11,8%, acelerando face aos 3,2% observados no mês precedente.
Preços
- A taxa de variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor (IPC) fixou-se em 3,2% em julho de 2025, ligeiramente acima dos 3,0% de junho.
- A taxa de inflação nos bens subiu para 2,2% (1,9% em junho) e nos serviços atingiu 4,3% (4,2% no mês anterior).
- O indicador de inflação subjacente aumentou para 2,8%, após 2,7% registados em junho.