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Madeira

Ordem dos Assistentes Sociais ofendida com Albuquerque

Numa carta dirigida ao governante, diz que as suas declarações "julgam inopinadamente o papel e a função dos assistentes sociais, nomeadamente em cargos de decisão"

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A Ordem dos Assistentes Sociais (OAS) está ofendida com o presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, depois das declarações feitas, ontem, sobre a classe. 

“Centros de decisão não são para assistentes sociais”

O presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, deixou esta terça-feira na Ribeira Brava uma mensagem com duplo sentido político, ao afirmar que “os centros de decisão do Governo e das câmaras não precisam de assistentes sociais”.

Numa carta dirigida ao governante e enviada à comunicação social, diz que "foi com surpresa e apreensão" que tomou conhecimento destas declarações públicas "que tão directamente julgam inopinadamente o papel e a função dos assistentes sociais, nomeadamente em cargos de decisão". 

"Julgamos que V. Exa. nos dispensará de enumerar os diversíssimos cargos de decisão assumidos por assistentes sociais, quer no sector público, quer no privado, quer ainda no social", refere, dizendo que "estas declarações,  além do desconhecimento que manifestam, são severamente lesivas de uma profissão centenária, que se renova todos os dias e não pode ser confundida com práticas assistencialistas ou de favores  sociais designadamente por parte de quem, como V. Exa., tem a responsabilidade de posições  informadas e não danosas". 

A "perplexidade" da Ordem "é ainda acrescida pelos actos de colaboração que a organização profissional dos assistentes sociais teve em momentos e mandatos anteriores e actuais da governação da Região Autónoma da Madeira". 

Reforça que "a OAS não pode deixar de se manifestar sobre a gravidade destas declarações que indubitavelmente  lesam os/as assistentes sociais, bem como as medidas de política, programas e organizações geridas por estes profissionais". No seu entender, "lesam, ainda, os destinatários dos serviços prestados, na justa medida em que reflectem uma visão distorcida do papel e competências destes profissionais".

Em última instância,  saldam-se num desrespeito público por uma profissão que serve toda a sociedade, mas com  particular atenção para os mais vulnerabilizados e indefesos. Não pode V. Exa. desconhecer a responsabilidade de quem acede com facilidade e bom acolhimento aos órgãos de comunicação social".  Ordem dos Assistentes Sociais

E concluiu: "Como entenderá, cumpre-nos zelar pelo papel público que, enquanto Ordem, nos foi confiado na  salvaguarda intransigente do interesse público, bem como na defesa de profissionais que, frequentemente, dividem com os cidadãos que servem as dores da incompreensão e menorização societal, que são mais lesivas quando são proferidas por aqueles que esperamos informados e isentos".