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A Guerra Mundo

ONG israelitas insistem que Governo não cumpre obrigações de ajuda a Gaza

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Cinco organizações não-governamentais (ONG) que levaram Israel ao Supremo Tribunal, para exigir que facilite o acesso de ajuda humanitária à Faixa de Gaza, consideraram hoje infundadas as alegações do Governo de que vai além das suas obrigações nesta matéria.

Em abril, esta instância judicial solicitou esclarecimentos ao Governo israelita, antes de uma nova audiência marcada para domingo.

Nas respostas fornecidas ao tribunal esta semana, Israel afirma que as medidas tomadas até agora para facilitar a entrega de ajuda humanitária vão além das suas obrigações.

"É inconcebível que os defensores, que admitem não ter a menor ideia da extensão da ajuda necessária aos habitantes da Faixa de Gaza, afirmem que cumpriram a sua obrigação, e ainda mais", sublinharam as cinco associações, em resposta à posição do Governo.

Israel não está a respeitar "as suas obrigações como potência ocupante" de fornecer necessidades básicas aos habitantes da Faixa de Gaza, vincaram, citadas pela agência France-Presse (AFP).

A escassez evidente no território palestiniano "mostra que os militares não estão a cumprir as suas obrigações nem em termos da quantidade necessária nem no ritmo exigido", destacou Gisha, uma das ONG que enviou a nota.

As organizações humanitárias queixam-se há muito tempo das dificuldades em levar ajuda à Faixa de Gaza.

Mas Israel, que há quase sete meses leva a cabo uma ofensiva militar total naquele território, garante que não está a limitar o fornecimento de ajuda e atribui a escassez às deficiências na distribuição por parte das organizações humanitárias.

O Cogat, organismo israelita responsável pela coordenação da política israelita nos territórios palestinianos ocupados, destacou hoje "um aumento significativo no volume de ajuda humanitária que entra em Gaza", garantindo que mais de 6.000 camiões que transportavam alimentos, água, equipamento médico e abrigos entraram em Gaza em abril.

A ONU, que afirma que a fome ameaça o enclave, sublinhou repetidamente que as restrições e inspeções israelitas estão a dificultar as distribuições.

A Ocha, a agência humanitária da ONU, frisou esta semana que só conseguiu realizar 52 das 94 missões humanitárias solicitadas em abril, tendo um quarto sido dificultado, 10% recusado e o restante cancelado devido a restrições logísticas.

A 07 de outubro, os comandos do movimento islamita palestiniano Hamas levaram a cabo um ataque no sul de Israel que causou a morte de cerca de 1.200 pessoas, na sua maioria civis, segundo um relatório da agência AFP baseado em dados oficiais israelitas.

Segundo Israel, mais de 250 pessoas foram raptadas e 128 permanecem em cativeiro em Gaza, 35 das quais terão morrido.

Em represália, Israel prometeu aniquilar o Hamas e lançou uma vasta ofensiva na Faixa de Gaza, que já causou mais de 34.600 mortos, na sua maioria civis, segundo o Ministério da Saúde do movimento palestiniano.