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Madeira

Advogado madeirense que desviou 840 mil euros condenado a cinco anos de prisão com pena suspensa

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Foto Arquivo

O advogado madeirense de 53 anos que desviou 840 mil euros de clientes estrangeiros que investiram em três negócios imobiliários na Madeira foi condenado, esta tarde, no Juiz Central Criminal do Funchal, a cinco anos de prisão com pena suspensa.

O colectivo de juízas presidido por Carla Meneses deu como provados os factos que constam na acusação, mas também o esforço do arguido em reparar o mal feito.

No início do seu julgamento, a 4 de Abril de 2024, o arguido que foi acusado de dois crimes de abuso de confiança agravados afirmou que “foram três actos imprevidentes” e que procedeu “de forma totalmente errada”.

Neste mesmo dia o advogado justificou o desvio das verbas que lhe tinham sido confinadas pelos clientes com dificuldades financeiras pessoais, nomeadamente devido a um problema ocorrido em 2009, altura em que terminou uma sociedade de advogados de forma litigiosa com o outro sócio e com “enormes dívidas ao Banif de quase 100 mil euros”.

Tal como o DIÁRIO noticiou na edição impressa de 5 de Abril de 2024, o arguido relatou que recomeçou a sua actividade de advocacia “com grandes dificuldades” e que “o problemas das dívidas começou a se amontoar”. Além disso, tinha uma dívida de um cartão de crédito de 25 mil euros. Mas a situação agudizou-se quando o Banif caiu na falência, em 2014, e a partir daí “tornou-se uma bola de neve”, relatou.

Deixou assim um fundo familiar sediado na Califórnia (EUA) sem 247 mil euros que eram para comprar um prédio urbano nos Prazeres, uma família alemã sem 233 mil euros que se destinavam à aquisição de uma casa no sítio da Fajã, no Arco da Calheta, e um investidor residente nos Estados Unidos sem 360 mil euros que era para comprar um terreno no sítio do Ribeiro Seco, em São Gonçalo.

O arguido acabou por chegar a acordo com dois deles para pagar aquelas verbas em prestações mensais de mil euros para cada. Com o terceiro não houve acordo.